terça-feira, 26 de abril de 2011

Últimas recordações de França

Passou o Carnaval e pouco escrevi, já passou a Páscoa e nem uma linha; primeiro tenho ainda de dedicar-me às últimas recordações das férias de Verão de 2010.
Ao atravessar França, vindos da Ligúria e após o Mónaco, várias possibilidades se oferecem. Naquele dia de Agosto, em Provence, apeteceu-nos Arles . Hoje, dela (Provence) apenas guardo para vos oferecer a tonalidade que romântica e nostalgicamente vamos colocando nos nossos móveis da cozinha...
Bem, Arles, para quem desconhece, é uma das cidadezinhas apetecida por um célebre pintor, Van Gogh. Infelizmente, foi a caminho de Arles que nos sucedeu a 2ª desgraça das férias ( a 1ª já foi relatada em espaço imperial alemão). A 30 km da cidadezinha azul-violeta, a Casinha resolveu pregar-nos a partida de ficar sem mudança, a quinta, o que nos fez, a partir daí, fazer toda a viagem de regresso em quarta, sem ultrapassarmos os 100 km/hora. Uma experiência inédita e inolvidável.
Ultrapassado este parêntesis pouco simpático, entremos em Arles. Uma cidade “sympas” a sério, com as cores da Provence nas suas venezianas e portadas e até no colorido do ambiente. Ponto de paragem dos romanos, Arles (Arelate do império romano)ainda ergue com orgulho o seu Teatro e arena romanos, o seu Forum, um obelisco (não do Obélix!)e certamente mais vestígios escondidos, debaixo da calçada, como a nossa Liberalitas Julia (Ébora). No centro da vila, o “hospício” onde Van Gogh esteve internado, está agora transformado num espaço comercial, com o seu jardim florido e alilasado de alfazema. Falta aqui o cheiro, mas com um esforço, tal como as imagens imaginadas e recordadas, ainda se sente.
Ao longo das ruas, muitos turistas e animação de rua por artistas-saltimbancos, alegrando o espaço com música alegre e divertida.
A área AC fica ao lado do canal e da muralha, a estadia é grátis e tem um largo terreiro onde se joga a tradicional petanca. “Em Roma sê romano”, portanto nós fomo-lo com as bolas pesadas. O canal (que se liga ao Mediterrâneo) é o ponto de embarque de múltiplos cruzeiros, plenos de turistas vindos da Ásia , das Américas, por aí fora...
Não admira que o expressionista dos girassois por lá se encantasse. Nós também, só que sem tela e sem câmara para reter imagens.

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