Afinal os bascos sabem, era dia 4 de agosto, sexta feira, quase fim de semana e
à noite as pingas gordas caíram, uma pequena sinfonia no teto da autocaravana.
Estavam 27º mas um céu cinzento. O fim de semana estava no ar,
os bascos é que sabem.
Percurso: Zumaia-Getaria- Zarautz. As últimas duas distam
uma da outra 3.800 metros que os locais percorrem ao longo de uma “ecopista”
cosida ao lado do mar.
Atravessámos Getaria de carro, pareceu-nos azafamada e
movimentada e não nos apetecia confusão. Vista de Zarautz , Getaria é como um
rato e assim falam dela : “El Raton”.
Já Zarautz é o reino dos surfistas e a rainha das praias
vascas em extensão e popularidade. Cosmopolita, com as suas barracas às riscas
(no dia fechadas porque a chuva ameaçava), geladarias, turistas, movimento…
Afinal descobri agora – quase 4 meses depois – que toda a
gente que eu conheço, já conhecia Zarautz… pelos vistos, chegámos atrasados. E
em má hora, porque era 6ª feira , queríamos (coisa rara) ficar em parque de
campismo e estava tudo esgotado.
Estacionámos numa avenida ao acaso, desde que se pagasse,
nada contra.
Zarautz é elegante, chique, ampla, limpa. Na parte velha da
cidade, alguns exemplares medievais como a Torre Luzea e a Igreja de Santa
Maria Real.
O comércio é também abundante e com gosto (caro!) ; as
calles simpáticas, certamente um local que não é para todos os bolsos… ainda
assim pululava de gente, rios de gente. Nas praças o cheiro viciante dos
pintxos, a alegre cavaqueira das conversas alegres, mas claro, antes ou depois
da siesta, durante, tudo é um deserto…
E tudo isto graças (ou culpa) da rainha Isabel II, desde que
aqui se instalou , nas suas férias de verão.
À hora do almoço, seguindo a intuição, estacionámos “fora de
portas”, na zona desportiva. Afinal era também uma zona de pic-nic onde
cozinhámos o nosso saudável almoço. Depois da siesta (“Em Roma, sê romano”),
voltámos à povoação. O céu tinha evoluído de cinzento para branco, a chuva não
tardaria. Bandeira amarela e “olas” de se lhe tirar o chapéu, chegavam até ao
passeio. Dentro de água só surfistas e suas pranchas e dois alentejanos doidos
que faziam do corpo a própria prancha…
A chuva começou. Lá longe o “El Raton” mal se via , borrifado
pelo nevoeiro e pela água da chuva.
No regresso rendemo-nos a uns pintxos, só para abrir o
apetite para o jantar. A montra fazia crescer água na boca, a cozinha em
miniatura é um festim para os olhos e para as bocas.
Pernoitámos sossegadamente na zona de pic-nic da hora do
almoço, ao lado de vários surfistas em Vans, só nos faltava a prancha…
2 comentários:
Muito bom!!!!
Ainda bem que gostaste, aqui tens outro passatempo que envolver leitura e viagens.
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