terça-feira, 27 de agosto de 2013

Praia da claridade com espelho de claridade ou de tempestade?



Há 30 anos ou mais que, pelo menos uma vez por ano, vou à Figueira da Foz.

Aqui há uns largos anos, no reinado Santana Lopes, nasceu o “Oásis” no areal extenso da praia, obra de controvérsias, tanto no ponto de vista dos figueirenses como até de forasteiros como eu. Continua lá. Se com ele – o oásis – se pretendia saciar a sede ou a ilusão de alguém, desconheço. Talvez as do seu D. Sebastião… Eu, pelo menos, neste mês de agosto, colhi lá um cache ( do jogo geocaching) e por coincidência ou obra de qualquer fatum inevitável, ia esbarrando com o próprio Santana Lopes. A sério !  sem ironias nem más línguas, nem quaisquer jogos de língua.





(esta é outra controvérsia, apesar de fotogénica...)

Este verão, porém, o que de novo nasceu na Figueira da Foz foi a reconstrução da zona pedonal à beira rio, a qual inclui, rente ao Forte de Santa Catarina , um espelho d´ água que reflete a muralha e que logo no dia da inauguração passou a ser passeio molha pés e pernas de pequenos e graúdos. Mais uma vez instalou-se o debate. O meu amigo Nelo aproveitou para blogar sobre o assunto, depois de eu ter atiçado o lume. Como já disse, não moro na Figueira, e,  como venho do “sequeiro”, faz-me falta a água e gosto de ver água e, se me deixarem sentir o seu contacto com a pele, não me escuso, gosto, pronto. 







Essa foi uma das razões que não feriu o meu sentido de abertura ao novo, mesmo apesar do mar estar ali ao pé ( a propósito, “abriu” também com a renovação a “praia do cagalhão” , assim conhecida pelos nativos figueirenses, mas que , lá está, eu aproveitei, porque não vislumbrei nenhum desses mal cheirosos e rugosos abjetos - mistura de dejeto com objeto - e ainda aqui estou sem manchas cutâneas nem qualquer tipo de alergia. Depois do banho marítimo, aproveitei ainda o novo duche colocado no passadiço da dita praia).



 Além do lado prático e funcional deste pedaço da nova obra e voltando ao espelho d´agua, este não ofendeu ainda o meu sentido do belo , porque o enquadramento possui um certo ar de continuidade: a muralha conjuga com o xisto, a água relembra antigos fossos, sendo no entanto este bem mais pacífico , já que cada qual mergulha e passeia conforme lhe apraz.
Não esperava no entanto que para festejar tal marco se esquecessem que Portugal não carece de bons músicos e optasse por mais uma vulgaridade no plano musical, mas provavelmente, com tanto dinheiro gasto na obra e porque o verão é tempo de festivais em Portugal, havia que poupar ou não havia artistas disponíveis.
Fora este pequeno pormenor, realço outro menos positivo tanto para mim, mera forasteira, como para os nativos: a falta (depois desta praia continuar ainda a ser uma forte procura por parte de autocaravanistas nacionais e internacionais) de uma estrutura moderna e eficiente para autocaravanas. Não basta um parque separado por uma vedação em que se paga mais por dia, para se pensar que é desta que os autocaravanistas têm um espaço próprio onde se vão portar bem, falta ainda o essencial: água e uma área de despejos para sanitas químicas e despejos de águas sujas)!!!





Fora isto, a claridade continua na Figueira da Foz se todos a deixarmos continuar, o nevoeiro continua a ser frequente pela manhã, o mar permanece azul e verde (ninguém se lembrou ainda  de o aquecer um pouco mais?), os gelados da Emanha continuam a ser os melhores, os piqueniques são para continuar, na Lagoa da Vela ou em Quiaios ou até nas Abadias e , “the last but not the least” a churrascada no sítio do pombo verde e da língua afiada continua a ser dos melhores!!!




(Maiorca)

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