domingo, 15 de fevereiro de 2009

“Cada cabeça sua sentença”, ou a guerra da política?




Quando me iniciei neste novo mundo da tecnologia, “dialogando” com desconhecidos e visitando as viagens dos outros, as palavras dos outros as opiniões dos outros, já devia saber que basta haver duas ou três pessoas , para haver mais do que uma opinião. Nunca pensei foi que a questão do autocaravanismo encerrasse tanta terminologia e desse azo a tanta controvérsia, do género com e sem “Cartilha”, do tipo autocaravanismo versus campismo, do género aquele pertence à sigla X, o outro à Y…
Chamam-lhe inocência ou falta de observação, ou coisas piores… Sinceramente que desconhecia que gostar de viajar em 4 rodas com a casa às costas, umas vezes parado em parques, a maior parte fora deles (alguns), pudesse gerar o nascimento de tantos partidos políticos, ou quem sabe até sindicatos – porventura da CGTP, para que só fique a faltar o Governo dizer que são todos comunas e acabe com as autocaravanas...- defensores dos direitos destes não-trabalhadores.
Pensava eu que, regra geral, a causa era a mesma – embora já tivesse constatado na prática que há gostos para tudo, como estar 15 dias parado na mesma praia, de braços cruzados, em magote, a olhar para os outros AC; ou o rodar daqui para ali, variando; ou aqueles que se limitam a usar os depósitos para despejar e encher e aqueles que são capazes de despejar a sanita química para o rio mesmo ali ao lado, ou deixar o lixo e os dejectos do gatinho ou do cão ao lado da AC do vizinho; ou aqueles que fazem, mas dizem que nunca fizeram e acusam os outros de fazerem; …, - enfim, ele há um pouco de tudo, como no meu bairro, como na minha rua. Afinal, estamos a falar da continuação da casa e estamos em Portugal, não querendo dizer com isto que somos piores que os outros, apesar de regra geral o sermos. Portanto, se calhar já devia ter percebido que a causa não pode ser a mesma.
Assim, não sei porque esperei que a criação de movimentos, blogues, associações pudesse trazer algo de novo, sem que acusassem logo quem não conhecem de ter pouco espírito de associativismo, ou sem acusarem outros de ser menos ou mais que eles.
Certo é que, pacatamente no meu canto, conhecendo apenas nomes virtuais, começo a olhar de modo diferente para aquilo que pensava ser a mesma forma de estar. Os modos de estar afinal são diferentes, porque as pessoas querem coisas diferentes, só porque são diferentes. Estão no seu direito (de serem diferentes), eu é que não quero estar no meio daquilo a que chamo pequenez (misto de pequeno com mesquinhez), nem quero perceber o que ainda não percebi , especialmente se se enquadrar no novo neologismo.
O que eu quero não afecta os outros, depende de mim e infelizmente do que comanda a minha vida: quero estar na estrada que percorro, nos caminhos pelos quais opto, saboreando tudo com os cinco sentidos. Depois, resta-me recordar registando pela imagem e palavra. Só tenho pena que não possa percorrer mais quilómetros de cada vez que me apetece… Mais pena terei se, com tanta politiquice, qualquer dia não tenha um espacinho nem para estacionar, quanto mais para pernoitar, e me encerrem em campings (sejam eles “resorts” de 5 estrelas ou apenas parques com jardins feitos de alcatifa, flores artificiais e periquitos garridos).

Sem comentários: