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Apetece praia, apetece rolar, apetece autocaravanar. A Páscoa está para breve, resta saber se o sol continua a chamar-nos, a aquecer-nos, a Estar.
Contudo, com ele ou sem ele, já tivemos umas boas Páscoas. Quase todas com destino a Espanha, com sol, com chuva, com neve e sempre, sempre na peugada da procissão, umas vezes desencontrando-nos delas, outras perdendo-as, por motivos como por exemplo, a chuva.
A Semana Santa em Espanha, quer se seja crente ou não, acaba sempre por exercer aquele fascínio. Visto de determinado prisma, é um espectáculo - como já o era no Barroco – de luz, som e cheiros: das pessoas perfiladas a olhar, das matronas envoltas em xailes, dos andores de toneladas ricamente ornamentados, dos Santos sofredores, dos encapuçados assustadores, dos cheiros de torrão, amendoins e cerveja a conviver com o incenso e as velas…
Em 2004 (mais precisamente a 7 de Abril, numa noite maravilhosamente amena de primaveril, depois de termos passeado durante o dia em Cáceres), decidimo-nos à noite por Trujillo.
(Fotos de outra Páscoa em Trujillo, sem sol...)
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O embate foi tão forte que, sempre que possível (por exemplo, a caminho de Madrid), fazemos desta simpática vila paragem obrigatória. A praça principal estava ruidosamente animada, como só os espanhóis conseguem. Assim o estava porque nos cafés das suas esplanadas (onde se comem uns revueltos com esparregos divinais!), todos se preparavam para ver a procissão passar. Só que a procissão não só passa, como Está. Numa volta rectangular, cada congregação sai dum canto da praça, e em cada um deles, uma matrona que vai no desfile, entoa um magnífico cântico, que ecoa como se usasse microfone …e do outro extremo responde outra voz sopraníssima… Certamente que como esta, poucas procissões haverá.
Nessa Páscoa, percorrendo a zona de LA Vera, descobrimos ainda outras tradições cristãs: em Valverde de La Vera, as ruas vestem-se de enfeites para que a Nossa Srª receba Jesus, noutra localidade (?), onde não chegámos a ir, Cristo é personificado por um homem que caminha praticamente nu, com uma cruz às costas (a festa chama-se Empalao).
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Outras procissões, sempre recomendadas por qualquer guia espanhol, são por exemplo em Toledo. Em 2005 estivemos lá, e durante toda a noite, desde o fim da tarde, que o mundo todo se concentra por aquelas ruas, em magotes apertados ou sentados em bancadas, nas quais se paga bilhete.
(Toledo: ao lado da muralha, sem proibições...)
(Toledo)
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Em Granada (2002) o mesmo, correndo-se o risco de os autocarros atrasarem horas e horas e de nunca mais se chegar ao Camping (creio que o mais cómodo em Granada é mesmo pernoitar no Camping “Sierra Nevada” - é pequeno, mas cómodo e simpático).
Em 2006, em Sevilha passámos ao lado da procissão, mas já se sabe que aí a tradição é de peso!
(Sevilha)
Optámos por conhecer outra tradição, num Domingo de Ramos, em Chipiona (ao lado do mar). Ao som dos sinos das 10.00 fomos comprar pão e acabámos na Igreja Maior. Toda a população acorria ao chamamento, em busca dos ramos de palma e oliveira, alguns são benzidos pelos “donos” na pia da Igreja. Os andores descansam nas capelinhas, para a próxima procissão e são gigantescos!!!
(Chipiona, matriz)
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Em Ronda (vila monumental e invulgar, a não perder!!!), quando chegámos tinha passado a procissão, esperámos pela próxima , choveu e foi cancelada, aguardámos pela seguinte – caiu um dilúvio … não vimos nenhuma… acontece.
Ronda
Granada
Granada , à espera dos andores para os carregar... na cabeça...
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Em Córdova, com chuva ou sem ela, as procissões esbarravam connosco, desta vez com bastantes confrarias que levam horas e horas a desfilar. Depois de tantos (des)encontros e bátegas de água, o melhor mesmo é escolher-se uma só procissão, fixar o itinerário nesse ponto, esperar e ver, uma vez!
Córdova
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Acima de tudo, mesmo sem procissões, Espanha – especialmente com sol – nos gusta!
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