

A praia e Notre Dame des Anges



O forte





Matisse, claro!
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Viajar, travel, voyager... com uma casa de rodas por essas estradas fora... AC, Campingcar, motorhome: por Portugal, Europa, Mundo. Relatos e imagens de como viajar com a casa às costas.E também palavras sobre coisas que gosto...
Não foi só o assalto da mochila que constituiu a desventura destas férias.
(É esta a mochila, alguém a viu?)
Outras aconteceram que podiam ainda ter sido muito piores, mas acabaram por se resolver, ou melhor dizendo, por não se desenvolverem para lá do intolerável.
Pensei em falar de todas atempadamente , aproveitando a embalagem cronológica, mas parece que muitos companheiros e amigos, solidários e curiosos (no bom sentido da expressão), têm vindo a pedir mais pormenores, o que me levou a pensar dedicar um artigo às desventuras.
Aliás, as desventuras em autocaravana constituem, nesta família, com esta “casinha”, quase um livro que eu tenho vindo a adiar. Por pudor, por irritação, superstição, mas agora vem a propósito e creio ser a ocasião de vos revelar, provavelmente em tom caricatural para não chorar com autopiedade, os vários capítulos de desventuras que têm acontecido ao longo destes oito anos. Até para desafiar os meus leitores, assim numa espécie de concurso de infortúnios, a ver quem tem mais, o que acham?
Começo pois pelo fim: as desgraças destas férias, que, como já referi , não se resumiram ao assalto final.
A 1ª de todas chegou-nos literalmente aos ouvidos, a meio de Agosto, durante a noite, numa localidade alemã pacífica e idílica. Eu já quase dormia, quando o telemóvel tocou. Uma voz masculina teve então a delicadeza de nos avisar que o nosso cartão multibanco havia sido clonado, uma vez que tendo nós feito um levantamento na Áustria numa bomba de gasolina, no dia seguinte outra transacção (de 311 doláres) havia sido realizada no México. Como é óbvio muito dificilmente estaríamos em menos de 24 horas em dois locais tão distantes... O golpe foi detectado a tempo, o cartão anulado, a pretensa compra desfeita. Podia ter sido grave, mas resolveu-se, afinal havia outro cartão para podermos continuar a viver (não somos tão burros que só viajássemos com um, para burrice já bastou a da chave...)!
A 2ª sucedeu já no regresso, a meio da travessia francesa. Desta vez o carro decidiu pregar das suas , deixando-nos sem a 5ª . Imaginam então o que é percorrer as estradas francesas, Espanha inteira e o bocadinho português até casa, sempre a 80-90-95 , utilizando quatro mudanças? Podia ter sido pior, claro, assim foi só como se tivessemos um carro antigo.
No meio da odisseia das mudanças, aconteceu então o golpe final. Descansadinhos, acampámos num camping perto de Barcelona e fomos ver a grande cidade cosmopolita. As ruas fervilhavam de gente, as Ramblas escorriam turistas e homens-estátua, lembro-me de passar logo a minha mochila para a frente... mas depois entrámos num bar de tapas, éramos 4, 3 mochilas e uma grande fome! E, não sei como , uma mochila ao canto , ao lado do banco, as outras duas no banco, os miúdos a tomar conta, ou um adulto, a escolha das tapas, e quando estávamos os 4 já a preparar-nos para garfar, digo eu:”passa aí a máquina fotográfica para eu tirar uma foto ao momento”. E zás! A mochila grande não estava aos nossos pés, nem ao lado , nem em parte nenhuma. O murro no estômago é brutal, especialmente quando um se lembra: ” as chaves e os documentos da AC estão lá!”
O resto do tempo é um sufoco de correria à rua, descer ao metro (havia um mesmo em frente), chatear os empregados do bar, que por sinal não foram nada simpáticos. Mais tarde ainda ficamos a pensar se não estariam envolvidos, se é mesmo assim, se só estariam incomodados... depois é a ida à Polícia, papéis, questões e a sensação que tudo é em vão. O GPS também lá estava, descobre-se a seguir.
Depois é a sensação arrepiante que o ladrão(ou ladrões) pode chegar à Ac, sabemos lá nós, já tem a chave, os documentos, porque não?
Barcelona de repente deixa de atrair , de fazer sentido, só queremos é sair dali, como se o tudo nos perseguisse.
Destroçados chegamos ao parque, a AC está lá, sem saber de nada. Como era um parque tinha uma janela semi aberta, o mais novo lá pulou , “roubando” a sua própria casa, lá dentro tínhamos todos od jogos de chave... excepto a da ignição, como aliás já sabíamos.
Nestes casos o seguro nada pode fazer, contempla acidentes na AC, nada que tenha a ver com o roubo da chave, contrariamente à sugestão da polícia de nada valia chamar um serralheiro , mudar de fechadura, até porque, sem o seguro envolvido seria super-caro e ainda por cima era Agosto.
O mais fácil foi pedir a 2ª chave, apelando a um pai zeloso, que a enviaria por DHL. Sim, porque eu, como co-piloto, às vezes funciono mal e deixei-a em casa . Porquê? Porque já noutra viagem a Espanha (mais uma desventura que ficará para outro capítulo ...) também me roubaram a MINHA mochila na qual estava a minha chave e jurei nunca mais andar com ela. Somos reicindentes e parvos, não há nada a fazer.
Conselhos contra roubos deste género? Eu por mim, creio que não sei dá-los, apesar da experiência me dizer que ainda temos de ter mais cuidado. Se calhar somos mesmo descuidados , como diz o meu pai, que se vê depois nos stresses de resolver as coisas cá de longe..
Chegámos a casa inteiros depois de termos esperado dia e meio pela 2ª chave. Ao entrar em casa constatámos que a chave de casa também tinha ido na mochila. Somos parvos ou não?
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