quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Não há festa como esta"



Não, não se trata de mais um Festival de Verão apesar de ter mais música por metro quadrado do que os ditos , e apesar de também ser no Verão. Trata-se da Festa da música, do teatro,  do livro, do disco, da gastronomia portuguesa e do mundo…; da celebração da igualdade, liberdade, fraternidade, enfim, a Festa do Avante.
Este ano com menos calor relativamente a outras sufocantes Festas, mas com igualmente milhares de visitantes, camaradas, amigos.
Desta vez registei também um maior fluxo de autocaravanas estacionadas em parques distintos, um deles a Garagem Gamero, a 5 € o dia.
A reter na gaveta memorial da música, a noite de Ópera  que celebrou autores como Verdi,  Mozart, Beethoven , entre outros, nas vozes límpidas de cantores como Ana Paula Russo e João Pedro Cabral …..Temas como  “O Barbeiro de Sevilha” e a “Traviata” ou “Granada”   e… abaixo do céu estrelado flutuavam pérolas, pérolas celestiais bafejadas de notas musicais.
No sábado a agenda foi longa: pena o Sérgio Godinho ter insistido cantar no Auditório à mesma hora dos Clã, e pior ainda (para mim, não para o ego dele provavelmente) , quando a tenda encheu  de tudo: música, pessoas, calor quente e insuportável … e o Sérgio lá longe, entoando velhos temas e a juventude e os cotas a cantarem de cor, com vontade de um mundo mais justo e melhor.
Fora as notas musicais (esquecia-me de saudar a lufada de ar fresco que foram os Budda Power Blues – viva!) , ainda  um belo bolo do caco madeirense, ovos moles gulosos (e caros!!!) de Aveiro, pataniscas de Santiago, canja alentejana e caldo verde de Gaia!!!
E também a Bienal de Arte e a falta de dinheiro para encher sacos e sacos de livros, CD e vinis (vivam, que estão novamente na moda!).


Soprava à noite uma brisa bem fresquinha do rio, infelizmente pouco azul , infelizmente nada límpido.
Na relva de um ano inteiro sobressaía o castanho da terra e milhares e milhares de plástico e vidro derrubados, formulando-se na minha boca a mesma questão eterna e sem resposta: por que razão as pessoas sofrem de um síndrome de porcaria, quando ao alcance da mão há caixotes, reciclagem, recipientes?

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva:
Gostei, mais uma vez, da narrativa, até com um sabor a pouco.
Penso, sem nunca láter ido, que é uma festa muito bonita e mobilizadora.
Ideologicamente falando, não se enquadra no meu ponto de vista pessoal, mas, em polítca como noutras situações , tudo faz falta, devendo agir num todo. Venham mais detalhes de viagens, que para além de serem bem descritas, têm fotos de muito bom enquadramento. Obrigado pelas divulgações.

Paula Vidigal disse...

Assim mesmo é que é! Obrigada.

E faço "figas" :) para que também tenha boas viagens e boas experiências.