domingo, 15 de abril de 2012

Capitais europeias I

A da cultura – Guimarães

Berço da nacionalidade, associada ao nome do 1º, D. Afonso Henriques, Guimarães remonta, como berço, pelo menos no que respeita ao seu ex-libris , o “castelo”, a uma mulher. Pensará o leitor que me refiro a D. Teresa, a Tareja, mãe de D. Afonso Henriques, sovada e preterida pelo filho. Não, refiro-me à condessa Mumadona que, ainda antes, no séc. X, foi responsável pela construção do castelo à sombra do qual se desenvolveu o burgo e onde D. Afonso Henriques veio a habitar e a governar o seu condado.
Só pisando as ruas de Guimarães, a presença forte de Mumadona se faz sentir, na toponímia e até na estátua central que se ergue em sua honra.
 


É também pisando a cidade que nos podemos deixar imbuir do espírito de comemoração da capital Europeia da Cultura 2012. Bem, não tanto como se esperaria porque a meio da semana, era o caso, a respiração cultural é quase inexistente; esperar-se-iam manifestações de rua, cultura a espreitar a cada esquina, para além da natural arquitetónica e monumental. Lançando uma vista de olhos à programação, percebi que teríamos de aguardar pelo fim de semana para algo mais apelativo e ainda assim nem todos os fins de semana.

Guimarães surge, no entanto, de cara lavada e aprumada, à espera dos visitantes que, de facto eram muitos na semana da páscoa, sobretudo espanhóis.

Assim enfeitada para a festa, o mote “Faça parte” espalha-se pelas montras das lojas, que espelham criativamente a adaptação do logótipo original de João Campos.


 
Pontos estratégicos a fazer parte da visita:



. estacionar a AC no Campo do Castelo, grátis (se não se contar a gorjeta ao arrumador) e partir para o castelo, rede de muralhas ancestrais com a sua Torre de Menagem onde ainda se pode subir e admirar, do alto, o vizinho Paço dos Duques de Bragança e  as suas chaminés.


 torre de Menagem
  Paço dos Duques de Bragança

Antes de neste entrar, visitar a capela de S. Miguel, local onde a tradição dita ter sido o batismo do “Conquistador”. Falasse a pia batismal e saberíamos…

 
capela de S. Miguel

No Paço, edifício do séc. XV, pode-se visitar o r/c e o 1ª andar, percorrendo salas, tapeçarias, mobiliários, armas, pintura (aqui o Cordeiro Pascoal, de Josefa d´Obidos) e a capela, uma pequena pérola de madeira e vitral.

O 2º andar, pasme-se, é a residência oficial do Presidente da República e está fechado a olhares de curiosos.


 Caminhando até à urbe antiga é inevitável deleitarmo-nos com as janelas, balcões, ferros forjados únicos e irrepetíveis, ruas, ruelas e largos.









Um deles, o largo da Oliveira, possivelmente um dos únicos do mundo onde uma oliveira permanece estática paredes meias com a Igreja de N. Srª da Oliveira e o Padrão do Salado, evocativo da batalha do mesmo nome.




largo da Oliveira


  antigos paços do concelho

Outra praça, a de Santiago, agora animada por cheiros, sabores e esplanadas ; outrora o sítio onde S. Tiago colocou uma imagem da Virgem Maria.





 praça de Santiago




Mais afastado, a sul, o largo do Toural, hoje coração da cidade, outrora Passeio Público e antes ainda largo da feira do gado. Nele as janelas formam um vitral transparente em tamanho gigante.





 Toural



Fica-se com a sensação que “Fazer parte” é andar pelas ruas e espreitar, numa 1ª vez; 2012 ainda vai no adro e para tudo pode haver uma segunda vez…


Pernoita: Campo do Castelo

1 comentário:

Tribo das AC's Clássicas disse...

Também por lá passei em Fevereiro com alguns amigos da Tribo e fiquei com a sensação que não vi tudo....vou ter que voltar. ;-)