A da cultura – Guimarães
Berço da nacionalidade, associada ao
nome do 1º, D. Afonso Henriques, Guimarães remonta, como berço, pelo menos no
que respeita ao seu ex-libris , o
“castelo”, a uma mulher. Pensará o leitor que me refiro a D. Teresa, a Tareja,
mãe de D. Afonso Henriques, sovada e preterida pelo filho. Não, refiro-me à
condessa Mumadona que, ainda antes, no séc. X, foi responsável pela construção
do castelo à sombra do qual se desenvolveu o burgo e onde D. Afonso Henriques
veio a habitar e a governar o seu condado.
Só pisando as ruas de Guimarães, a
presença forte de Mumadona se faz sentir, na toponímia e até na estátua central
que se ergue em sua honra.
É também pisando a cidade que nos
podemos deixar imbuir do espírito de comemoração da capital Europeia da Cultura
2012. Bem, não tanto como se esperaria porque a meio da semana, era o caso, a
respiração cultural é quase inexistente; esperar-se-iam manifestações de rua,
cultura a espreitar a cada esquina, para além da natural arquitetónica e
monumental. Lançando uma vista de olhos à programação, percebi que teríamos de
aguardar pelo fim de semana para algo mais apelativo e ainda assim nem todos os
fins de semana.
Guimarães surge, no entanto, de cara
lavada e aprumada, à espera dos visitantes que, de facto eram muitos na semana
da páscoa, sobretudo espanhóis.
Assim enfeitada para a festa, o mote
“Faça parte” espalha-se pelas montras das lojas, que espelham criativamente a
adaptação do logótipo original de João Campos.
Pontos estratégicos a fazer parte da
visita:
. estacionar a AC no Campo do
Castelo, grátis (se não se contar a gorjeta ao arrumador) e partir para o
castelo, rede de muralhas ancestrais com a sua Torre de Menagem onde ainda se
pode subir e admirar, do alto, o vizinho Paço dos Duques de Bragança e as suas chaminés.
torre de Menagem
Paço dos Duques de Bragança
Antes de neste entrar, visitar a
capela de S. Miguel, local onde a tradição dita ter sido o batismo do
“Conquistador”. Falasse a pia batismal e saberíamos…
capela de S. Miguel
No Paço, edifício do séc. XV,
pode-se visitar o r/c e o 1ª andar, percorrendo salas, tapeçarias, mobiliários,
armas, pintura (aqui o Cordeiro Pascoal, de Josefa d´Obidos) e a capela, uma
pequena pérola de madeira e vitral.
O 2º andar, pasme-se, é a residência
oficial do Presidente da República e está fechado a olhares de curiosos.
Caminhando até à urbe antiga é inevitável deleitarmo-nos
com as janelas, balcões, ferros forjados únicos e irrepetíveis, ruas, ruelas e
largos.
Um deles, o largo da Oliveira,
possivelmente um dos únicos do mundo onde uma oliveira permanece estática
paredes meias com a Igreja de N. Srª da Oliveira e o Padrão do Salado,
evocativo da batalha do mesmo nome.
largo da Oliveira
antigos paços do concelho
Outra praça, a de Santiago, agora animada
por cheiros, sabores e esplanadas ; outrora o sítio onde S. Tiago colocou uma
imagem da Virgem Maria.
praça de Santiago
Mais afastado, a sul, o largo do
Toural, hoje coração da cidade, outrora Passeio Público e antes ainda largo da
feira do gado. Nele as janelas formam um vitral transparente em tamanho
gigante.
Toural
Fica-se com a sensação que “Fazer
parte” é andar pelas ruas e espreitar, numa 1ª vez; 2012 ainda vai no adro e
para tudo pode haver uma segunda vez…
Pernoita: Campo do Castelo
1 comentário:
Também por lá passei em Fevereiro com alguns amigos da Tribo e fiquei com a sensação que não vi tudo....vou ter que voltar. ;-)
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