domingo, 8 de abril de 2012

Viçosa e bela, no Alentejo






Passando ao lado de uma das regras de ouro do jornalismo – a atualidade – estas crónicas vão-se atrasando nas novidades… perdoem-me os leitores que prezam a tal das regras de ouro, mas também não sou jornalista e este blogue lá vai caminhando conforme pode…
No capítulo das feiras, subtítulo “medievais”, aqui fica em atraso a de Vila Viçosa, este ano tendo decorrido no final de março (30 e 31) e ainda no 1º de abril. Para o ano haverá certamente mais e por essa altura supostamente primaveril (se as estações fossem como dantes)…
A iniciativa é da Câmara , a responsabilidade criativa de recriar o passado da Companhia de Teatro Viv’Arte, também já aqui referida noutras paragens.


 Em Vila Viçosa, berço histórico e real (sede dos Duques de Bragança como o confirma o largo Paço e o terreiro “coroado” por D. João IV) 














e também berço fecundo no campo das letras (recorde-se Florbela Espanca),

 

















por ela também passaram outros reis, na dita feira relembrados: D. Afonso III , D. Dinis e D. João I, respectivamente ao longo dos três dias. Ao primeiro coube o início da construção do castelo; seu filho, D. Dinis erigiu-o; D. João I entregou o domínio da vila ao condestável.




 A nós, que fomos apenas no dia 2, coube-nos o Lavrador, “plantador de naus a haver”. O mesmo dançou e cantou as suas “ai flores, ai flores do verde pino…” e ainda concedeu à  milícia de homens (crianças) de armas, a carta de privilégios do conto de besteiros e decretou a língua portuguesa como língua oficial da corte e de assentamento de todos os documentos do reino. 





















D. Dinis

Para além do rei, desfilaram (muito à pressa por causa da chuva) bobos, guardas, estranhos dançarinos do ventre com as suas cobras gordas e gigantes. 




 O pequeno castelo da vila engalanou-se festivamente e breves artesãos e petiscos coloriram e suavizaram o palato e a visão. Destaco o malheiro , homem que ainda hoje tece cotas de malha  - esta levou à volta de 400 horas!!!; a sidra irlandesa acompanhada de um crepe com frutos silvestres e, como estreia artística “Os acrobatas de Évora”.



 
Acrobatas de Évora



A chuva, depois de ausente todo o inverno, resolveu visitar a feira, alguém no interior do Santuário de Nossa Senhora da Conceição deve ter gritado “milagre, milagre el rei D. João de Portugal!”
As estações, decididamente, andam equivocadas -  fruto dos tempos bizarros, como este que mistura saias , carros e petróleo.
 


 Faltou-nos o jantar na tenda real, mas como não passávamos de plebeus, ficámo-nos pelo "Kebab" e uma noite de bons sonhos no largo Gago Coutinho, ao lado de meia dúzia de companheiros autocaravanistas.






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