sábado, 18 de outubro de 2014

"Aqua" e explosão de cores: Veneza e Burano

Dia 14

Infelizmente, depois do concerto, a noite no parque San Giuliano foi recheada de barulhos, pelo que, quase sem pregar olho, levantámo- nos para o novo dia que seria repleto e longo  de emoções . Desde logo porque revisitaríamos Veneza, uma das cidades mais belas do mundo, tenho sempre que dizer isto, apesar de conhecer uma parte ínfima deste nosso planeta, e depois porque o 4º membro da família se nos juntaria.
Saímos, pois, de Mestre e dirigimo-nos ao parque Tronchetto, no cais de Veneza.
As primeiras doze horas 21 € seguidas de mais 10€ nas restantes, mesmo assim creio que para 4 pessoas foi a opção menos dispendiosa…

Deixámo-nos conduzir pelo GPS interior e pelo mapa Ezzio Audittore alojado no cérebro do nosso guia mais jovem e percorremos Veneza pela manhã assistindo à labuta diária e às pequenas e grandes curiosidades de uma terra única, para depois do almoço partirmos à descoberta de um outro cenário idílico e sui generis.


Engarrafamentos do dia a dia






 Quem não gostaria de ter uma campainha assim?








E se a roupa cai?


Suspiros, claro!...

O novo cenário foi Burano (não confundir com Murano, a ilha onde se fabrica o famoso vidro) é a terra das cores e dos bordados feitos à mão, por laboriosas e ancestrais senhoras, hoje vendidos em qualquer ali e noutros países como se dali não fossem originários.


 Ao longo do caminho, no seio de muitos turistas, no convés do barco, fomo-nos deleitando com a vida animada da grande lagoa, cheia de sinais de trânsito e de movimento. Primeiro, o cemitério, depois mais umas quantas ilhotas, Murano, e, finalmente a explosão de cores!




Cemitério ao fundo


Burano , cais


Assim que entrámos, pensei de imediato que Burano podia ser geminada com a Afurada do Porto. Não pelos canais, pontes e casas coloridas, mas pelo asseio tão típico e genuíno de ambas. A  roupa estendida num estendal de pau, baloiçando ao vento por entre milhares de turistas (falta , felizmente, esta parte à Afurada), o balde e a esfregona à porta de casa a dizer “aqui primamos pela limpeza!”.



O que apetece fazer? Fotografar , guardar na retina, ficar… numa relva simpática, por exemplo, a ver sair e chegar os barcos, a ver os locais descansar nos seus pequenos quintais, a entrar nos seus barquinhos talvez para uma mergulho no Lido, a única praia próxima , porque o calor, naquele 1º de Agosto apertava.






Bebemos litros de água na fonte, deliciámo-nos na praça da igreja matriz como uma estranha música vinda de um estranho instrumento e girámos, girámos pelo arco íris das fachadas , portas e janelas.



Estava na hora de regressar a Veneza, pelo caminho inverso chegámos a S. Marcos, para reacender a memória de tanta luz , glória e riqueza e descansar a olhar para as gondolas e os seus divertidos ocupantes.



Estava na hora de dar um salto até à estação de comboios receber e matar saudades do nosso viajante de avião / comboio que atravessou a Península Ibérica, França e chegou num ápice a Veneza sem ter passado pelos nossos quilómetros de treze dias… mas sem vir de alma cheia de quem viaja e recolhe pedaços de riquezas, aqui e ali…
Quatro , em vez de três, revisitámos os ex libris venezianos, praça de S. Marcos, o seu leão , a sua imponente Duomo, os seus cafés elegantes (ah, o Florian !…), que à noite, se animam de música ao vivo, e os parvos dos lazers verdes e vermelhos, vendidos e comprados, a riscar o chão e as paredes centenárias.





Quantos quilómetros fizemos a pé? Pois , em Veneza , sem gondola própria, os quilómetros percorridos são sempre a triplicar relativamente àquilo que pensamos inicialmente.

Chegados ao parque do Tronchetto ( N 45.43926 E 12. 30431) foi abrir janelas e apanhar o barco do sono o mais depressa que se conseguiu. No dia seguinte seria dia de iniciar a 2ª etapa da viagem


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