quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Um sonho realizado



Aos poucos , já com a idade a avançar como é o caso, certos sonhos que já julgávamos utopias passam a concretizar-se. Este era especial, não certamente o mais difícil de atingir, mas ainda assim só a meio de um século de vida teve lugar neste calendário vivencial. Paral além disso, foi revestido de um invólucro de surpresa que se arrastou durante três dias. O invólucro era literalmente um envelope que dizia “Só abrir sábado”.
Na véspera da possível abertura arrastaram-me então na autocaravana até ao Algarve. Longe de imaginar fosse o que fosse, deixei-me ir, sem compreender o que de tão surpreendente me reservaria uma parte do país com a qual não nutro amores de maior.
Lá chegados, e depois de uns zunzuns,  percebi que tinha de ser forçosamente na zona de Albufeira. Nem assim nenhuma luz se acendeu.
Por questões económicas (foi o argumento) pernoitámos estacionados no parque do Zoomarine que agora permite a pernoita a AC. Nem assim acordei. Só à noite, durante um passeio com a nossa amiguinha de quatro patas (sim, porque ela também foi  naquele que seria o seu passeio número dois, de outra forma nem me arrancariam de casa…) é que o véu se começou a destapar.
No dia seguinte fui acordada cedo, com a ordem de vestir o fato de banho e abrir o envelope, claro. Não, é evidente que não seria um mergulho na piscina do Zoomarine , apesar de tal também estar contemplado. A surpresa envolvia o sonho de poder tocar e conviver alguns minutos com os animais mais simpáticos e  envolventes de sempre, os golfinhos,  e a surpresa intitulava-se “Dolphins emotions” .
As emoções foram de facto imensas, num dia, que por sinal até era o dia do Animal, e que apesar de efémero, foi extenuante em emoções. Escrevo agora sobretudo sobre o episodio, porque  os  sentimentos,  esses,  ficarão sempre reservados naquela caixinha íntima, minha  e de quem me acompanhou na surpresa, aventura daquele dia, no fim de semana passado, dia do animal.

Ficam as imagens de um momento único …


O momento mais forte: um golfinho só para mim (Hamlet)


O grupo a conhcer Hamlet


Beijinhos




A dança


Carícias




Hamlet e Apolo


 Hamlet a sorrir




Bora lá !!!!!!!!!!!!!!


E também como tornar um simples sábado num dia de variadíssimas e simples experiências…  no  fim do dia , o passeio com um outro animal bem parecido com o golfinho, tirando a parte da areia e por enquanto da água. Não mergulhou nas águas do Atlântico (por sinal neste mês de Outubro com uma temperatura de encantar) mas atirou-se  de corpo e boca à areia como se fosse água. O seu primeiro dia de praia em liberdade, gastando energias, na praia dos Salgados.










Depois de tanta correria uma noite de sono de 8 horas seguidas no parque para autocaravanas da Galé, ela e mais quatro de nós.



Domingo seria o dia de cair na realidade. Sempre foi um dia desesperante , desde que me lembro de mim como trabalhadora do Estado. Seria outro sonho que gostaria de realizar: combater a angústia  e peso morto do domingo (ou deixar de ser trabalhadora do Estado?).
Ali, na Galé, com tantos franceses e nórdicos com ar de quem nunca mais terá de picar o ponto ( e não era só o ar, não picam MESMO!!!) bateu-me forte o peso morto.
Zarpámos até uma praia que não conhecíamos (no Algarve há tantas que há sempre essa possibilidade): Olhos d´Água, onde dezenas de turistas e reformados aproveitavam um Agosto tardio. Escondemo-nos numa praia menos concorrida e recatada e se ontem foi o batismo de areia para a nossa cadelita , hoje foi o mergulho no mar. Incrível como numa primeira aula já sabia nadar …




afinal golfinhos e cães são mesmo parecidos .

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