sábado, 17 de junho de 2017

Baelo Claudia, diz-vos alguma coisa? E Tarifa, a olhar para o norte de África?


Os únicos momentos desta Páscoa 2017, nos quais se conseguiu respirar fora do incenso das procissões e sentir que era o início da primavera, foi já perto de África. Seria devido à influência árabe?

Um deles, foi quando parámos no tempo e entrámos noutro espaço: Baelo Claudia. Diz-vos alguma coisa? Para os espanhóis não sei se quer dizer muito, porque até lá e para lá as indicações sinaléticas são quase inexistentes, apesar deste conjunto arquitetónico ser Monumento Histórico Nacional.


 Trata-se das ruínas de um cidade romana , importante pólo de exportação de conservas para todo o império.
O conjunto arqueológico é constituído por várias zonas: a habitacional, lojas, mercado , fórum, termas, teatro e quatro templos dedicados a Júpiter, Juno, Minerva e ainda à deusa egípcia, Ísis.


 Vista do templo com África ao fundo



 Fórum








Rua principal com mar ao fundo



Teatro




Aqueduto


E tudo isto debaixo de um sol radioso, a praia Bolonia como quintal da cidade, o Atlântico como pano de fundo e África  a olhar para nós e nós para ela.




A poucos quilómetros fica a simpática cidade de Tarifa, porta aberta para Tânger , vibrante de ecos marroquinos e de praias ventosas com uma procura louca pelas atividades de windsurf e kitesurf.

Foi numa delas que ficámos, certamente a praia mais selvagem e aberta ao reino das autocaravanas e afins. Tudo gente boa a gozar o vento e as ondas: praia de Valdevaqueiros.






Se a praia por estas bandas é um banho de vento, a cidade de Tarifa é um banho de luz. Muita gente ao sol, esplanadas convidativas, cores árabes e de verão, apesar de o tapete vermelho não nos fazer esquecer que era época alta de procissões.











Incrível mesmo é constatar como a paisagem muda de um momento para o outro.   A culpa é da neblina (será a mesma com a qual se foi D. Sebastião?) que repentinamente tapa o monte do outro lado do mar , quando no dia anterior o mesmo monte – África -  parecia estar a um passo .
Tudo passou a branco , longínquo e África nem miragem chegava a ser… Supostamente, frente à Almedina de Tarifa,  o continente africano estaria a uma passo , mas a névoa sebastianista não nos deixou enxergar nenhum pedaço de terra a não ser a espanhola e o mar imenso.


No horizonte estaria África ...


El rei D. Sebastião por ali se perdeu… e nós também, olhando o invisível .

Sem comentários: