(Cangas, a capital do "reino das Astúrias", e centro de partida para qualquer peregrinação ao verde)
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Dediquemo-nos, depois do azul, ao verde. O verde de tons variados, claros, escuros, verdes verdejantes, verdes-verdes.
Falar em verde é penetrar nas montanhas omnipresentes, cobertas de neblina ou inteiramente verdes, na cordilheira ao longo do Cares, nos prados e montes e vales que ladeiam o Sella, nas montanhas e nos picos dos Picos, enfeitados aqui e além de pequenos tufos de neve.
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De todos estes é difícil eleger aquele que mais profundamente nos toca. Sem certezas, e porque terei que iniciar a escolha, decido-me pelos dois grandes lagos dos Picos, o lago Enol e o Ercina, lamentando o facto de não ter chegado a 25 de Julho, dia da Festa dos Pastores que, pela terceira vez perdemos.
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E nada de recusas para a subida até ao Ercina, porque com nevoeiro ou sem ele, o espaço que o abrange é muito mais infinito e sublime.
Lago Enol, depois de subir até ao Ercina
Neve!!!
O nevoeiro
No topo dos dois lagos: o dissipar do nevoeiro
Ercina
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Desta vez, chegar Àquele cume idílico foi bem mais fácil, o que me fez pensar que anos atrás havíamos cometido, sem nos darmos conta, mais uma loucura desmedida ao subir tal altitude na AC esfalfada de cansaço. Graças ao novo sistema asturiano de transportes, o Bus desde Cangas de Onis (7 € adulto; 3€ criança), o percurso foi mais respirável e descontraído.
Ercina
Ercina
Uma paragem por Covadonga
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Contemplar montanhas é outro prazer se lhe adicionarmos o prazer de conseguir subi-las, percorrê-las, senti-las. Chegados a Arenas de Cabrales, não sem antes dar uma olhadela de lente aumentada pelo Naranjo de Bulnes, as setas indicam a localidade de Poncebos. Mais uma vez, é mais fácil estacionar no parque à entrada de Arenas e fazer o percurso até Poncebos de autocarro. Com 3 € ida/volta poupa-se tempo e evita-se a questão de como circular e estacionar em espaços ínfimos.
Espreitadela ao NAranjo (vista do Mirador de Bulnes)
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Chegados a Poncebos, entra-se noutro reino, o das verdadeiras montanhas agrestes e selvagens, o reino profundo dos Picos da Europa, o reino da cordilheira ao longo do Cares.
Ao longo do Cares
O barulho da cascata
É duro...
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Infelizmente, nem todos conseguem vencer a pressão da altitude nem tão pouco a impressão causada pelas íngremes subidas de montes pedregosos e escorregadios… caso fosse possível vencer tais obstáculos (falo por mim, evidentemente, porque muitos o conseguem), o percurso seria uma inolvidável peregrinação à garganta funda daquele canto do mundo, durante 24 km ida e volta, de Poncebos a Caim.
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De forma mais suave há, no entanto, outros percursos naturais, acessíveis a todos, se bem que impliquem o gasto do “vil metal”. Sem pretensões de competir com os heróis do Descenso Internacional do Sella, estes amadores da planície alentejana, bisaram a canoagem ao longo do Sella, desde Arriondas até à última paragem da Escuela Asturiana de Piraguismo, uns simpáticos e divertidos 16 km.
Os protagonistas do dia: seniores
Os protagonistas do dia: juniores
Os figurantes
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Deslizar pelas águas baixas do Sella, implica penetrar noutros matizes de verde, o das águas e dos campos em volta, ansiando pelo desejo impossível de parar o tempo e cristalizá-lo ali.
Para acordar da embriaguez do momento, só mesmo os esporádicos “rápidos” e alguma queda acidental ao rio, depois de um choque lateral com outros amadores, nossos semelhantes na arte de remar.
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Depois de um dia assim, só mesmo um duche e uma sidra fresquinha para coroar o epílogo.
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Pernoitas:
. Cangas de Onis (área de AC – só para 4 AC!!!, com água e despejos):N 43º 21' 8'' W 5º 7' 29''
Apesar da limitação, sobretudo durante o dia (2€), ao final do dia, já sem os guardas do parque, entra-se sem pagar. Dormimos lá 4 noites (intervaladamente), já que Cangas se situa no centro de vários pontos de interesse. Assistimos também a um anedótico episódio que ficará para mais tarde, a propósito de “coisas de autocaravanistas”.
. Arenas de Cabrales (parque de estacionamento, após seta que indica “Funicular de Bulnes”). Muito sossegado, à beira de riacho, amplo. Curiosamente, “acampa-se” no local: mesas cá fora, toldos… sem água e sem despejos.
Estacionamentos e possíveis pernoitas:
Sem comentários:
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