Viajar, travel, voyager... com uma casa de rodas por essas estradas fora... AC, Campingcar, motorhome: por Portugal, Europa, Mundo. Relatos e imagens de como viajar com a casa às costas.E também palavras sobre coisas que gosto...
Timidamente o sol apareceu, para imediatamente a chuva regressar, furiosa, matreira , às vezes depressiva.
Nada como recordar as flores, muitas delas de países que mal gozam o sol, mesmo nos meses onde aqui ELe abunda
(Londres, um jardim à chuva, Agosto de 2008)
(Stratford, as gotas do "bardo" pingam de saudade...)
O prazo para votar neste blogue no Super Bock Awards está a expirar. A todos quantos me acompanham e votaram neste blogue, os meus agradecimentos. A quem ainda não votou, ainda está a tempo.
A uns e a outros, dedico uma foto especial, de uma viagem especial, no primeiro dia de Primavera.
Dar um passeio e admirar a paisagem solarenga em Évora, significa dar um pulo até ao Alto de São Bento. Depois de S.Bento de Cástris é só subir a estradita, não muito própria para Autocaravanas, mas mesmo assim transitável. Mesmo em frente da vivenda branca, o sinal de Parque e o respectivo terreiro em terra batida, dizem-nos para estacionar. Depois é só percorrer uns escassos metros e os três moinhos, dois reconstruídos, um à espera de melhores ares, lá estão pousados no alto, a olhar a cidade, a seus pés.
Os dois pintados de branco fazem agora parte do Núcleo Museológico, onde a criançada da escola aprende e pesquisa.
E é possível um passeio pedestre com “pistas” pela flora e fauna alentejanas.
Um pic-nic também pode completar o quadro ameno.
Mas o mais poético continua a ser, desde sempre, o casario branco a rodear a Sé e o seu zimbório, ou , mais para a esquerda, o lar enclausuradoe pacato dos monges da Cartuxa, recolhidos secularmente
Já Vergílio Ferreira, em Aparição, gostou tanto do sagrado espaço que lá colocou a personagem principal a morar quase cosido aos moinhos, e admirando , lá longe, a mística planície. Sem esquecer o eterno branco, sem esquecer os braços da Sé a apontar para o Alto.
Também muitos amantes , desde sempre, sobretudo na balada da noite, procuram este recanto a céu aberto. Talvez menos, porque uns marcos de pedra marotos impedem agora o estacionamento sobre rodas.
“Mudam-se os tempos…”, mas o Alto continua a ser o miradouro natural da cidade amuralhada.
Apesar de ainda estar frio, o sol lá deu o ar de sua graça, arrancando-me a uma breve “viagem na minha terra”.
Ao som de António Variações, “Muda de vida se tu não vives satisfeito/ Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar/ Muda de vida, não deves viver contrafeito/ Muda de vida, se a vida em ti a latejar” e apetecendo-me fazer justiça às suas palavras, dei de caras com alguém que de certeza o ouviu e soube dar graças ao engenho e criatividade.
Não se tratava, porém, de uma qualquer porta de madeira.
A porta deu lugar à casa … e a casa também gira sobre rodas.
À busca da mudança, provavelmente sem estarem contrafeitos.
De Inglaterra até aqui chegaram,
Em Évora estavam , quais saltimbancos…
Lembrei-me ainda do livro e filme “Chocolate”, só que estes viajantes não vieram rio abaixo e sinal de Johnny Deep nem vê-lo…
Continuei viagem, cantarolando “Muda de vida se tu não vives satisfeito”….