terça-feira, 21 de setembro de 2010

Casinha andarilha nas "PAlavras Andarilhas"


Sem câmara fotográfica não me resta outra hipótese senão "roubar as imagens dos outros... vamos ver se têm coragem de ler, mesmo sem fotos...


Tudo afinal são viagens.
Umas sobre rodas que giram por essas estradas fora, sobre pés que calcorreiam praças, campos, largos, becos, calles, avenues, jardins, garten...e dessas nascem palavras na 1ª pessoa que poderão ser de 2ª, 3ª ou terceiros.
Outras sobre palavras que são andarilhas e que, vindas de tempos sem data, de espaços longínquos, criam estórias, contos , lendas que, todos juntos , confluem em Beja , de dois em dois anos.
Este ano foi ano sim de “Palavras Andarilhas”, em Beja, de 16 a 18 de Setembro. Foi tempo para a Biblioteca Municipal José Saramago (e a sua fantástica equipa dirigida pela ágil e criativa Cristina Taquelim), e a cidade de Beja, receberem contadores de todo o mundo (Portugal, Espanha, Brasil , Itália, Colômbia....), participantes de todo o país, escritores, poetas populares, poetas à desgarrada, rappers, estórias de vidas, livros acabadinhos de sair do forno, de papel ou de pano, oficinas de voz, de poesia, de contos, de recontos, da palavra feita acção, riso, emoção. O programa, apesar de já ter passado, ainda está no site (http://www.juventude.gov.pt) para consulta.
Para mim, estreante nestas “andarilhanças”, foi o tempo (três longos-breves dias) para delirar com as estórias enérgicas e musicadas de “Cegarrega dos Bichos”; com o hipnotizante e sempre hilariante Jorge Serafim; com o fabuloso mundo do cartonista Javier Saéz Castán; com a voz singular e revolucionária de Fanny Abramovich; com a simplicidade, optimismo e espontaneidade da D. Idalina, uma mulher da terra (alentejana); com a suavidade e doçura dos contos de Luís Carmelo; com a loucura fantástica e saudável de Pep Bruno; com a irreverência boçal de Thomas Bakk; com o ritmo alucinante das décimas improvisadas de Alexis Pimienta; ... isto só para nomear alguns, correndo o risco de me esquecer de tantas outras coisas boas que por lá vi e senti.
Menos bons foram alguns tempos mortos em que desejava ver e ouvir mais e nada havia, ou , pior que isso, em que algumas actividades passaram em branco, vá-se lá saber porquê, não se realizaram mesmo... estariam os artistas nos braços de Morfeu? A jantar? Mau....
Menos bom foi também o facto de a Casinha ter ido a Beja somente por uma noite. Mas, o Camping Municipal de Beja, na sua modesta aparência, soube-nos receber bem no preço, paz nocturna e ambiente a lembrar campings marroquinos.
Assim se rola com palavras, andarilhando duplamente.

1 comentário:

Violeta Extravagante disse...

Eu sei que é pecado.
Mas posso sentir uma pontinha de inveja?
Já tive a oportunidade de assistir às Palavras Andarilhas, e é realmente uma experiência mágica.
Todos os anos quando recebemos as fichas de inscrição (no work) ficamos a suspirar, mas actualmente e devido à "crise" nestes últimos anos não foi ninguém daqui. Ainda pensei ir particularmente, mas também devido ao "work" não foi possivel...

Daí...eu ter sentido uma pontinha de inveja. Mas já passou.

Gostei de viajar no seu blog, e de passear nas Palavras Andarilhas pelas tuas palavras.
Beijinho