sábado, 28 de maio de 2011

Luzes e sombras num souk alentejano

Se os árabes por cá estiveram durante séculos, nesse tempo como ocupantes; agora, eles por cá estão numa relação amistosa, num festival de sons, cheiros e cores. Aconteceu assim de 19 a 22 de Maio, em Mértola, Alentejo.
As luzes do sol foram bem fortes e quentes, só as sombras dos tectos improvisados criaram a a ilusão de sombra…
Outras luzes ainda mais intensas, como as do sol a bater na cal branca intensa.
O indigo de Chefchouan ficaria aqui a matar…
Entre as farripas de luz, o som das vozes cantantes, trabalhando a madeira , as cores...

E mesmo que o tema estivesse do outro lado do mar, noutro continente, o cante alentejano fundia-se em harmonia.
Nas sombras nascia o desejo de desvanecer do sol. A sesta devia ter sido instituída em terras alentejanas desde o tempo dos árabes…
Outras luzes se acendiam, escoando-se através das lamparinas de latão .
Pela noite dentro, outras luzes, ao som dos Uxukalhus, ou dos Speed Caravan ou de Janita Salomé atraíram ao amarelo quente outras pegadas seculares, intemporais, sem fronteiras , sem raça, sem credo.
Foi bom desvanecer de calor. Mértola é certamente um local único. Apesar de emparedada entre montes, sufocante e aprisionante, respira-se incenso e nostalgia marroquina. É pena que deste modo tão vívido, apenas de dois em dois anos… , mas, mesmo sem Festival Islâmico, sempre percorre as suas ruas o invisível chamamento árabe, inevitável como o sol e as sombras.Basta ir lá e senti-lo.

2 comentários:

Luís Seco disse...

Epá!... Boas fotos! Espero que sejam todas tuas. De qualquer forma, gostei.

Um dos chatos...

Paula Vidigal disse...

Obrigada pela gentileza. São 7 minhas , 3 do husband.

:)