Ainda não é hoje que chegamos à
costa basca. De Salamanca até lá são ainda muitos quilómetros e além
disso combinámos começar o nosso percurso ao lado do mar, pisando primeiro
terras de Cantábria, apesar de a primeira delas apenas ter mar no título…
Enigmas à parte, esse do mar ainda não será
hoje. A província de Castilla e Lèon é grande e depois de Salamanca ainda há
Palência, Valladolid. Burgos. Não desesperem, das três escolhemos - por enquanto
- a última: Burgos.
Confesso que a escolha se prendeu
à visão (em fotos) das suas agulhas góticas. As da Catedral. E também porque é
atravessada por um rio, minto, dois. Gosto de locais percorridos por rios.
Fiquei a saber que Burgos foi
capital de reino em 1037. É a terra natal de El Cid, herói celebrado em cada
canto, na estatuária, na toponímia. Cid representa o ideal de cavalaria do
século XI.
Percorrendo as suas “calles”,
encontrei também a tipografia onde se imprimiu o original de La
Celestina, obra de Fernando de Rojas , considerada o grande marco entre o
fim da Idade Média e o início do Renascimento espanhol.
É também percorrendo as ruas em
redor da catedral que se descobre um outro importante marco cultural e
histórico: que a cidade foi rota original do Caminho de Santiago.
As duas praças vizinhas da catedral,
a de El Rey Fernando e a de Santa Maria, são igualmente encantadoras . A catedral
é imponente. Dizem que a 3ª mais importante de Espanha. O estilo gótico
deslumbra e ficámo-nos pelo encanto das suas riquezas exteriores.
Praça El Rey Fernando
Praça de Santa Maria
Tendo ficado estacionados do
outro lado do rio Arlonzón, tivemos a sorte de entrar no “casco antigo” pelo
Arco de Santa Maria, uma visão singular em Espanha porque se nos afigurou como
uma muralha oriunda de um país mais a norte. O que provavelmente não admira, uma
vez que foi reformado no século XVI para receber o imperador Carlos V.
Arco de Santa Maria
Também singular e “preciosa”
(adjetivo muito querido dos espanhóis), é a Plaza Mayor. Difere da de Salamanca
no tamanho e forma, esta é circular e bem mais pequena.
Ainda a Casa del Córdon, local onde
os reis católicos, em 1497, receberam
Cristóvão Colombo no regresso da sua 2ª viagem à América.
Casa Córdon
Burgos tem também um “centro
comercial “ a céu aberto, com as lojas e marcas de qualquer cidade europeia da
atualidade, e, percorrendo-o, acabámos por descobrir o rio Vena.
Apenas um senão: o calor consumia-nos
(claro, não fizemos a “siesta” como os espanhóis…) pelo que nos ficámos pelo
circuito turístico mais elementar. Fica
assim em aberto o pretexto para nova visita noutra ocasião.
No dia seguinte à saída, pela parte
moderna, deu para perceber o aprumo burgalense dedicado às amplas avenidas e
espaços verdes. Como a cidade se prepara para o título” capital europeia da
cultura” não será para admirar.
Estacionamento e pernoita, em
parking (N42º 20’ 25’’ W 3º 41’40’’). Bica
com água no jardim em frente. Local sossegado.
Dias da visita: 24 e 25 de Julho
1 comentário:
Já aí dormi... um pouco ''barulhento'', mas ter ''à mão'' o ''casco urbano'' compensa sempre.
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