Acabou a contagem decrescente, eis-nos em terras de
Cantábria.
A primeira paragem é a resposta ao tal enigma que
não faz jus ao nome.
Santillana é a contração de Santa Juliana.
Mar nem vê-lo apesar de estar lá perto.
Recuemos até à Idade Média (séc. IX) e imaginemos ,
caminhando por aquelas suaves colinas verdes, um grupo de vestes castanhas serpenteando
por entre trilhos, olhos postos no chão. Um grupo de frades. Transportam
escondido entre trapos algo pesado e valioso. Como se soubessem de cor o seu
destino, acampam no local combinado para erguerem pedra sobre pedra uma ermida
onde esconderão a relíquia transportada desde a Turquia, a relíquia de uma
santa, virgem, de nome Juliana.
Assim nasceu Santillana. A ermida depressa passou a
Colegiata, assim como a localidade que, de ermo verdejante passou a ser terreno
onde nobres instalaram feudos e palácios. De uma rua passou a algumas ruelas,
de uma praça passa a duas, uma delas, ou não estivéssemos em Espanha, com o
nome de Plaza Mayor depois de ter sido Plaza do Mercado. Palácios e conventos
vão-se expandindo (até de monjas) até que à povoação, no séc. XIX, lhe é
concedida reconhecimento artístico a nível nacional e internacional.
Hoje, é ponto incontornável se se vai a terras de
Cantábria. É uma aldeia tipicamente medieval, parada no tempo, digna das telas
de cinema.
Difícil é selecionar dois ou três pontos
estratégicos, porque toda ela é um filme completo, deixo aqui algumas
“películas”, melhor mesmo é estar lá ao vivo:
Plaza Mayor e a sua homenagem a Altamira
(apenas 2 Km dali);
As torres del Merino e Don Borja, qual é qual?
A casa do Marquês de Santillana ;
(por acaso acho que não é esta a casa do Marquês, mas o difícil ali é fotografar casas sem brasão...)
Calle del rio – sempre muito concorrida;
Convento das Clarissas onde ainda hoje as monjas
vendem doçaria regional mediante um esquema “secreto” feito de mostruário-campainha-elevador
de bolos….
Artesanato típico – sobretudo os doces – as famosas
“tabletas” e os “orgamos, galletas de la abuela” (?!), e os “sobaos” (bolo
tradicional à base de manteiga, tipo pão de ló);
Estacionamento e pernoita – no parking ao lado da
Oficina de Turismo (N 43º 23´22´´ W 4º
06´22’’).
. Grátis, sem água. Tranquilo.
Dias visitados: 25 e 26 Julho
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