quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Impressões de portas




Toca ao longe uma gaita de foles, pode ser Irlanda, pode ser Astúrias, pode ser um qualquer reino da fantasia, da realidade , do passado ou do presente.
O som vem de dentro de uma porta, daquelas que parecem ter olhos em, no entanto, não são janelas, são portas.
Quase o mesmo, dirão. Não, a porta abre-se  e deixa entrar as vidas, encerra-se e, lá dentro, há outras vidas que não se vêem cá de fora. As janelas nem sempre se abrem.
Esta tem ar de olhos, é certo, mas quem lá vive ou viveu, abri-la-á?

(Vila Real de Sto. António, Portugal)

A gaita de foles calou-se num sopro de carnaval.

É a vez de um piano suave, azul marinho, com gente feliz lá dentro.


 (Hondarribia, País Basco)

E gente de tempos tão idos que sonhamos com a tela do cinema, rei Artur, Excalibur, cavaleiros e anéis de poderes mágicos…
A gaita de foles enche o ar novamente...

(Burgos, Espanha)

O passado, o presente. Pode ser ontem, pode ser hoje.
A porta abriu-se…

(Burgos)


 e logo se fechou.

2 comentários:

António Resende disse...

Mas afinal... isto é poesia!...
Bonito.
Parabéns Amiga.
A R

Paula Vidigal disse...

Ás vezes dá-me pr'aí...

obrigada, amigo