Dia 7
O roteiro “Audittore” no seu
auge, desta vez na sombra de Leonardo da Vinci.
Entre Pisa e Florença fica a
pequena localidade de Vinci, afinal cidade, berço do génio, do Grande Leonardo.
A sua casa natal fica a 2 quilómetros e pouco, apesar de, de acordo com muitas
fontes, não se ter a certeza de tal facto. Ainda assim, Leonardo terá pisado aquelas
ruelas, aquele chão empedrado, e aquelas vinhas e paisagem tão tipicamente
toscanas, imutáveis ao tempo, terão sido também, certamente, o seu verde
contemplativo nos dias de muitos sonhos e devaneios. Mesmo que só lá tivesse
estado enquanto criança, não interessa, um génio como o seu, teria de inventar
passarolas voadoras e outras invenções que tais já em criança, de pequenino é
que se torce o pepino.
Chegados à primeira rotunda antes
da povoação, uns jovens de colete encaminharam-nos para um parque de
estacionamento vedado, no meio da relva. Distraídos como íamos, pensámos que
nos estavam a receber muito bem, para depois nos darmos conta de que a terra
natal de Leonardo era anfitriã de uma festa especial. Era cedo, pouco movimento
ainda, mas fomos vendo as tendas e as ruas enfeitadas com ar de festa medieval.
Até aí tudo bem, tudo se encaixava no nosso tour
temático. O pior foi quando nos disseram, no Turismo, que a casa de Leonardo
ficava a 2 quilómetros e, como a cidade estava vedada ao trânsito, teríamos de
fazer o percurso a pé. Seria agradável, se a Toscana daquele dia anunciasse uma
qualquer brisa suave, mas naquela tarde o céu estava limpo e o calor sufocante
e abrasador, qual terriola alentejana debaixo dos 40º .
Mais de meia hora a subir por
entre vinhas e oliveiras, travando igualmente conhecimento com as espécies animais,
até vermos, numa pequena colina, uma casa de pedra, num jardim onde só as
cigarras cantavam. Um cenário bucólico, duas pequenas divisões, uma lareira, um
vídeo e poucos documentos, e eis-nos com a visita terminada depois de tanto
tempo para lá chegar.
a meio do percurso...
A nossa assinatura também lá ficou registada
Vinci, ao fundo
Toda a cidade se aperaltava para
a festa, afinal (coisa que não reparámos à chegada, tínhamos chegado cedo)
paga. Ao entrarmos do lado contrário, já oficialmente dentro dos muros da
festa, pediram-nos 24 € que depois perdoarem porque éramos os turistas que
procurávamos Leonardo. É claro que para chegar ao estacionamento tínhamos de atravessar a povoação, por isso
passámos a ver a festa, que era medieval, renascentista e tudo aquilo que um
homem quisesse, chamava-se “Festa dell´Unicorno” e já ia na Xª edição.
Rodeados de seres de outros
mundos e eras, sobretudo elfos, gente de Nárnia, do “Senhor do Anéis “ e
sobretudo da “Guerra dos Tronos” deixámo-nos embalar e pouco restou do mundo leonardiano.
Fotografámos o Homem Vitruviano, refrescando-nos com uma cerveja e deixámos de
lado o Museu de Leonardo que certamente, pelo acervo que contém, seria mais interessante
do que a suposta casa natal.
Entre tantas a varinha do Harry Potter
A animação era variada, desde
teatralizações com princesas e cavaleiros em luta, falcões amestrados, a poses
de seres mitológicos.
Pena os italianos abusarem nos
preços dos petiscos, o que nos fez voltar a casa para a janta.
Descobrimos entretanto que afinal não tínhamos tido
sorte com as indicações para estacionar dos jovens, uma vez que havia uma área própria
para autocaravanas (N 43, 7808 E 10,
9283). À noite estava esgotada e tivemos de esperar pelo fim da festa para
conseguir um lugar. Às escuras, não nos apercebemos como era, para no dia
seguinte, através da janela da cozinha tivemos uma visão de filme, seria leonardiano
ou do Unicorno?
Fotos da área para AC , grátis:
Sem comentários:
Enviar um comentário