segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Viagem ao passado

Dia 7


O roteiro “Audittore” no seu auge, desta vez na sombra de Leonardo da Vinci.


Entre Pisa e Florença fica a pequena localidade de Vinci, afinal cidade, berço do génio, do Grande Leonardo. A sua casa natal fica a 2 quilómetros e pouco, apesar de, de acordo com muitas fontes, não se ter a certeza de tal facto. Ainda assim, Leonardo terá pisado aquelas ruelas, aquele chão empedrado, e aquelas vinhas e paisagem tão tipicamente toscanas, imutáveis ao tempo, terão sido também, certamente, o seu verde contemplativo nos dias de muitos sonhos e devaneios. Mesmo que só lá tivesse estado enquanto criança, não interessa, um génio como o seu, teria de inventar passarolas voadoras e outras invenções que tais já em criança, de pequenino é que se torce o pepino.
Chegados à primeira rotunda antes da povoação, uns jovens de colete encaminharam-nos para um parque de estacionamento vedado, no meio da relva. Distraídos como íamos, pensámos que nos estavam a receber muito bem, para depois nos darmos conta de que a terra natal de Leonardo era anfitriã de uma festa especial. Era cedo, pouco movimento ainda, mas fomos vendo as tendas e as ruas enfeitadas com ar de festa medieval. Até aí tudo bem, tudo se encaixava no nosso tour temático. O pior foi quando nos disseram, no Turismo, que a casa de Leonardo ficava a 2 quilómetros e, como a cidade estava vedada ao trânsito, teríamos de fazer o percurso a pé. Seria agradável, se a Toscana daquele dia anunciasse uma qualquer brisa suave, mas naquela tarde o céu estava limpo e o calor sufocante e abrasador, qual terriola alentejana debaixo dos 40º .

Mais de meia hora a subir por entre vinhas e oliveiras, travando igualmente conhecimento com as espécies animais, até vermos, numa pequena colina, uma casa de pedra, num jardim onde só as cigarras cantavam. Um cenário bucólico, duas pequenas divisões, uma lareira, um vídeo e poucos documentos, e eis-nos com a visita terminada depois de tanto tempo para lá chegar. 


a meio do percurso...





A descer todos os santos ajudam e ainda havia um jardim sui generis a fundir-se com os vinhedos e a torre da igreja matriz, e do Castelo Dei Conti Guidi, espreitando, lá em baixo.



A nossa assinatura também lá ficou registada






Vinci, ao fundo



Toda a cidade se aperaltava para a festa, afinal (coisa que não reparámos à chegada, tínhamos chegado cedo) paga. Ao entrarmos do lado contrário, já oficialmente dentro dos muros da festa, pediram-nos 24 € que depois perdoarem porque éramos os turistas que procurávamos Leonardo. É claro que para chegar ao estacionamento  tínhamos de atravessar a povoação, por isso passámos a ver a festa, que era medieval, renascentista e tudo aquilo que um homem quisesse, chamava-se “Festa dell´Unicorno” e já ia na Xª edição.
Rodeados de seres de outros mundos e eras, sobretudo elfos, gente de Nárnia, do “Senhor do Anéis “ e sobretudo da “Guerra dos Tronos” deixámo-nos embalar e pouco restou do mundo leonardiano. Fotografámos o Homem Vitruviano, refrescando-nos com uma cerveja e deixámos de lado o Museu de Leonardo que certamente, pelo acervo que contém, seria mais interessante do que a suposta casa natal. 








Entre tantas a varinha do Harry Potter

A animação era variada, desde teatralizações com princesas e cavaleiros em luta, falcões amestrados, a poses de seres mitológicos.


Pena os italianos abusarem nos preços dos petiscos, o que nos fez voltar a casa para a janta.
Descobrimos entretanto que afinal não tínhamos tido sorte com as indicações para estacionar dos jovens, uma vez que havia uma área própria para autocaravanas (N 43, 7808   E 10, 9283). À noite estava esgotada e tivemos de esperar pelo fim da festa para conseguir um lugar. Às escuras, não nos apercebemos como era, para no dia seguinte, através da janela da cozinha tivemos uma visão de filme, seria leonardiano ou do Unicorno?




Fotos da área para AC , grátis:

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