quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dia 6 - Veneza, vestida de sol





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“O esplendor de Veneza. Onde o Tempo obedece a estranhas leis que nos fazem viajar para um outro século” (in nota da contracapa de Morte no La Fenice, Donna Leon, Editorial Presença)
O leão alado de São. Marcos, patrono de Veneza



São Teodoro, o primeiro patrono de Veneza






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Desde o início da viagem que Veneza era, nas nossas imaginações e anseios, um dos pontos altos do roteiro. Quer vestida de sol, quer de chuva vestida, não nos desiludiu.









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Mais penoso foi chegar até Ela, já que a auto-estrada revelava um intenso trâfego que, felizmente, não se transformou em filas. Pouco depois do meio-dia, já estávamos instalados no Camping Venezia (N 45.48297º E 12.27618º), escolha baseada nas dicas de viagem do companheiro António Resende. Depois de um almoço nas calmas, lá seguimos para a mais bela das damas (poucos metros adiante há uma paragem de autocarro, 2.20€ ida e volta), até Piazzole Roma. Depois desta praça, sempre apinhada de gente que chega, que parte, só pés e barcos são o meio de locomoção e, portanto, o melhor é deixarmo-os penetrar da impressão que este é outro reino.


Até na doença, o cenário é outro






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“O esplendor de Veneza...”








-->Penetremos, pois, no seu esplendor, deixemo-nos ir para outros Tempos, vogando na sua Voz , nos seus canais, pontes, palazzos, labirintos,...













-->...desde Piazzole Roma até S. Marcos, passando obrigatoriamente por Rialto, entrando logo naquele que foi a sede de todos os tempos e de toda a sua glória: o Palazzo Ducale (ou dos Doge).


Ponte de Rialto



Torre do Relógio de S, Marcos (4.00 p.m.)





Basílica de S. Marcos e os seus cavalos de ouro (réplica), roubados (?) a Constantinopla

Torre e o leão alado







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Durante 1000 anos, A que hoje se veste de mantos e mantos de turistas, foi governada a partir deste imenso edifício cor-de-rosa de salas e salas revestido, de janelas e janelas enfeitado, de colunas e arcos góticos engalanado.




Palácio dos Doge (Interior)





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Penetrámos então no seu interior, deixando-nos imbuir dos segredos, mistérios, sentenças sussurradas, ditadas, gritadas em tantas e tantas salas de reunião, de conselhos, de hierarquias. A mais impressionante de todas, sem dúvida a Maggior Consiglio, não só pela sua dimensão e pelas imaginadas vozes de mil e tal homens que ainda hoje ecoam pelas suas paredes, como também pelo maior quadro de Tintoretto , “Paraíso”, que, do seu esplendor, agora só olha para os milhares de visitantes que por ali se vão escoando.












Il Campanile, visto de uma das salas de Conselho do Doge




Vista da ilha de San Giorgio Maggiore





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Mais em baixo, penetramos nas masmorras onde muitos infelizes certamente apodreceram de medo e angústia até à condenação final, suspirando ante a visão aos quadradinhos da liberdade ansiada. É devido aos seus suspiros que a ponte veio a herdar o título, ao que parece muitas vezes erroneamente interpretado, já que tais sopros de ar jamais tiveram origem em questões amorosas. Hoje a ponte é alvo de um mar de fotografias e suspiros disfarçados, vista de dentro percebe-se o porquê do outro lado dos suspiros...



Ponte dos Suspiros - visão dos prisioneiros






Ponte dos Suspiros - visão apaixonada de quem passa







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Imbuídos da História e do passado da bela Venezia, decidimo-nos pelo seu lado mais moderno, descobrindo um dos pontos actuais das peregrinações turísticas da praxe: o Hard Rock Café, bem situado na cidade das gôndolas, já que ali ao lado fica a entrada para um pequeno canal , ponto de entrada e saída (Basino Orseolo)para um dos muitos passeios românticos nas ditas barcaças pretas (barcaças é como quem diz, porque apurámos junto de um dos gondoleiros a sua módica quantia, de nada menos de 30 mil euros)...










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Só o estar ali, contemplando manobras, turistas, gondoleiros é um outro modo de estar e só porque Esta é de certeza uma Dama única no mundo.















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Só depois de nos fartarmos de tanto turistas (como se nós não Lhe pertencessemos) , é que nos decidimos a seguir o ponto de vista do nosso pequeno guia (“O essencial de Veneza”, Edições Arte Plural), que, a avaliar pelo tamanho e preço, nem sempre se revelou eficaz. Tivemos a prova quando nos decidimos a seguir os seus conselhos de restaurantes económicos: um estava definitivamente encerrado, outro estava de férias (não quer dizer que tivesse razão, até porque o guia os citava como restaurantes frequentados por locais)! Tivemos de nos contentar com um pequeno bar onde mastigámos comida normal, bebemos refrigerantes que depois se revelaram numa fortuna (6.50€ por uma “birra”!!!) e acabámos por pagar mais do que a média dos comuns dos mortais, obviamente pela maravilhosa e sossegada vista.





Cenário pago do restaurante






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Fora o lapso completamente próprio de turista incauto (mas a fome apertava, e já se sabe que Veneza se faz pagar), a primeira tarde e noite em Veneza foi um mergulho de sensações dificilmente sem palavras, por ali tudo é...
(fiquei sem palavras)!












4 comentários:

VagaMundos disse...

Veneza é sem duvida alguma uma cidade unica! Excelente foto reportagem.
Bjs

Anónimo disse...

Ponte dos suspiros não se chama assim devido a alguma visão romantica.
A razão do nome é porque este era o caminho que os presos faziam para ser cumprida a pena capital.

Paula Vidigal disse...

Não me parece que tenho sido que eu escrevi , o que escrevi vai precisamente de encontro à sua frase, e passo a citar:
"Mais em baixo, penetramos nas masmorras onde muitos infelizes certamente apodreceram de medo e angústia até à condenação final, suspirando ante a visão aos quadradinhos da liberdade ansiada. É devido aos seus suspiros que a ponte veio a herdar o título, ao que parece muitas vezes erroneamente interpretado, já que tais sopros de ar jamais tiveram origem em questões amorosas. Hoje a ponte é alvo de um mar de fotografias e suspiros disfarçados, vista de dentro percebe-se o porquê do outro lado dos suspiros..."

Ou me expressei mal ou interpretou mal..

Paula Vidigal disse...

Não me parece que tenho sido que eu escrevi , o que escrevi vai precisamente de encontro à sua frase, e passo a citar:
"Mais em baixo, penetramos nas masmorras onde muitos infelizes certamente apodreceram de medo e angústia até à condenação final, suspirando ante a visão aos quadradinhos da liberdade ansiada. É devido aos seus suspiros que a ponte veio a herdar o título, ao que parece muitas vezes erroneamente interpretado, já que tais sopros de ar jamais tiveram origem em questões amorosas. Hoje a ponte é alvo de um mar de fotografias e suspiros disfarçados, vista de dentro percebe-se o porquê do outro lado dos suspiros..."

Ou me expressei mal ou interpretou mal..