Sim, eu sei que era suposto avançar até à Euskadia e falar sobre suas terras e gentes, mas uma viagem também
precisa de calma. Ou melhor, esta viagem não é fazer o check in e toma lá que já estamos no destino pretendido. Não, senhor,
é preciso rodar sobre muito asfalto, ver muito campos ora verdes ora dourados,
muita planície planalto e serra. Só depois nos vamos aproximando do destino,
não sem antes fazer outras paragens.
A primeira digna de registo foi
depois da Extremadura espanhola, já em terras de “Castilla e Léon”, na cidade Património da Humanidade, Salamanca.
Outras voltas, quase sempre a
caminho de uma rota mais longínqua, nos fizeram aqui parar. Não seria a primeira
nem a última vez. Já a vamos conhecendo e nunca dela nos cansamos, nem daquela
vez que por lá ficámos forçados depois da desventura mais grave até à data em
termos de viajandosobrerodas. Mas isso é história para outro capítulo, o das
desventuras, que para aqui não é chamado.
Salamanca é uma eterna e terna
rainha. Não só porque muita da realeza espanhola com ela se relacionou, não
porque as suas ruas, praças e edifícios e universidade transpiram História.... É por tudo isso e pela beleza que dela emana.
Plaza Mayor
A nós não nos cansa ir até à
Plaza Mayor e ficar parados a olhar, fotografar, ou a saborear um gelado
italiano… Data do século XVIII, é de estilo barroco, e é considerada uma das
mais bonitas plazas mayores de Espanha.
À sua volta, no piso inferior das arcadas, medalhões com os bustos de
reis espanhóis e ainda de figuras ilustres como Cervantes ou el Cid.
Plaza Mayor
Também não nos cansa admirar a
zona da Universidade que desta vez nos surpreendeu .Os relevos da fachada da
Universidade sempre plena de turistas à caça da “rana” (rã) meio escondida
sobre a cabeça de uma caveira , estavam agora praticamente tapados com um novo tipo
de visita. Um ascensor horizontal e com cadeiras que permite aos interessados
observar de perto os relevos e suas estórias. O problema é que quem lá não se
senta (pagando, claro!), tem ainda mais dificuldades em achar, cá de baixo , o
ex-libris da cidade, o dito batráquio verde que dizem simbolizar o pecado da
luxúria depois da morte.
Fachada Universidade
Não resistimos a entrar mais uma
vez no ameno Claustro das Escuelas Menores, agora com um testemunho recente da
passagem de “suas majestades”.
Claustro
Uma espreitadela na deliciosa Catedral
Nova para descobrir , na portada Norte, algo que nunca tínhamos visto, mais um
caso invulgar numa coluna da fachada, cuja origem ninguém sabe explicar, mas
que é conhecido como “o astronauta”. Se
tivermos em conta que a sua construção ocupou os séculos XV a XVIII, não deixa
de ser surreal…
"O astronauta"
Entrando no pátio da Casa das
Conchas (mais outro edifício imponente e belíssimo) e subindo até ao 1º andar
tem-se uma vista encantadora da Clerecia ( colégio jesuíta do Espírito Santo).
Clerecia
Casa das Conchas
Clerecia e Conchas
Salamanca é também uma cidade
moderna e bem animada, sobretudo depois da hora da siesta. Não deixem de
visitar o edifício que alberga hoje a Zara e ficarão literalmente de queixo
caído.
À noite, e porque sempre foi um
sítio que me fascino, nada como uma caña na esplanada exterior do Museu de Arte
Nova ou Casa-Lis, um magnífico exemplar que reflete a essas horas de Morfeu as
luzes coloridas dos seus vitrais quase no rio Tormes. Isso dos vitrais se
projetarem no Tormes é apenas uma figura de estilo para me levar até ao rio que
corta a cidade e perto do qual pernoitámos.
Casa Lis
Estacionamento gratuito, ao lado
de outras AC (N 40º 57' 32'' W5º 40'' 29'') , à frente de um
parque desportivo mas que nem sempre é o parking
mais asseado. Na ida apresentou-se-nos com um certo ar limpo, na volta era
complemente o oposto, com sacos de lixo encostados à vedação. Salamanca merecia
uma área própria para autocaravanistas, (e nós que gostamos de por lá ficar,
também).
(Dias de visita: 23 de Julho e 18
de Agosto)
1 comentário:
Já por lá passei mas não vi tudo.....é um local a ir brevemente.
Obrigado pela partilha.
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