À procura de alguma animação
pitoresca e de uma lavagem cerebral para o depois e o antes das depressões laborais,
mas… a escolha não foi a melhor.
Marvão no topo Capela em Marvão
Dias 12 e 13 de Novembro, à
procura de um São Martinho inspirador como há uns anos atrás no Algarve, mas que
aqui, no Alto Alentejo, saiu com pouca genuinidade. Quando digo Alto Alentejo
refiro-me literalmente àquele alto de pedra, já a pender para a Beira Baixa, no
topo da Serra de S. Mamede, paredes meias com a raia espanhola: Marvão era e a
sua Feira da Castanha. Nunca imaginei que fosse tão concorrida e não cheguei a
perceber porquê. É claro que o cenário
natural é de peso, a vila enquanto palco para festividades ao ar livre também,
mas ao Município de Marvão faltam ainda muitos lampejos de criatividade. A
imaginação fica-lhes na base da pirâmide intitulada “fazer dinheiro”, começando
logo com a subida de 5 kms de Portagem até ao local, por 3 euros o casal, e
continuando com o eurito cobrado è entrada da vila, cujas portas eram
zelosamente guardadas por uma barreira humana de ar pouco amistoso, como se
fossemos entrar para o matadouro ou algo parecido. Curiosamente e contrastando
com a nossa última visita fantasmagórica a esta vila medieval, desta vez, havia
pessoas, cheiros, sons, e também o que nunca antes tinha visto: portas e
portões abertos de casas particulares. No entanto, todos os esforços tinham
sempre como objetivo a venda fácil e pouco atraente de algo (basicamente
artesanato) que pouca relação tinha com o espaço ou a ocasião. Até nos
quiosques de rua… até na música que brotava das colunas da vila (“Ai ,
Lisboa…”) e dos grupos cantadores que
pelo palco do arraial iam passando. A experiência durou 45 minutos e custou
7,75€, entre transportes, entradas e a prova do vinho novo e das castanhas, o
único motivo da visita. As castanhas estavam podres, o vinho bebeu-se.
Para sossegar os ânimos, e longe
da confusão, optámos pela calma do Sever e suas águas, na pequena povoação de
Portagem. Desta vez sem banho e com a maré baixa, contemplámos o silêncio.
Piscina outonal de Portagem
E, como um azar das escolhas
nunca vem só, escolhemos certamente o pior restaurante para jantar. É verdade,
depois de vários meses a fazer como a Troika dita (sem frequentar restaurantes)
decidimo-nos preguiçar e degustar produtos da época, do veado desistimos para
ir ao naco de porco e ao javali, e ali, no “restaurante Sever”, nada de
especial o paladar gozou. O naco pouco condimentado e o parco acompanhamento do
javali fizeram-me pensar que as capicuas da data (o dia anterior) não eram
sorridentes a estes viajantes.
Ficou o quê? O silêncio da noite
encostada ao Sever e, ao acordar, as cores outonais. Essas não mentiam, não.
Ponte romana em Portagem
1 comentário:
Não faziamos a mínima ideia que em Marvão se fazia uma feira da castanha, por isso agracedemos a dica.
Abraço
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