sábado, 24 de abril de 2010

Dia 4 - Na demanda de Fez


Deixámos as AC estacionadas no Camping e partimos, a pé, na demanda de Fez e, primeiramente, do 38. Curiosamente, não existem paragens de autocarro, assim guiámo-nos pelos ajuntamentos de pessoas à beira da estrada e das avenidas. Mas do 38 nem sombra. Andando, andando, percorremos mais de 2 km até que lá apanhámos o 20 e tal para o centro - Medina.
Desta vez , dispostos a perdermo-nos e a acharmo-nos sozinhos, dispensámos todos os guias, aliás, nenhum se aproximou de nós, à excepção dos breves momentos em que fazíamos ar de perdidos ou procurávamos algo, como a zona da tinturaria e dos curtumes.

A entrada pela porta azul da Medina é uma chapada de cor e de energia que exerce sobre nós o poder de um íman. Tudo é diferente, tudo são sensações...


Porta Azul









Para não perder o fio de Ariadne, o melhor é seguir a rua mais larga. Depois há sempre as estrelas coloridas dos 4 ou 5 percursos turísticos que basta ir seguindo, há sempre também uma legenda em francês.
Aos poucos lá nos vamos habituando ao negociar estratégico e secular, “Em Roma, sê romano!”




Aos poucos vamo-nos habituando à agitação, à azáfama de pessoas que empurram carrinhos de mão, à azáfama de burros que carregam e são arrastados entre doses de multidão, ruas estreitas, vozes cantadas, canto a Alá no altifalante da torre, torre da mesquita, mesquitas que se multiplicam...

















À hora do almoço, procurámos a Praça Recif e mergulhámos num mercado de odores enebriantes, é isto que é mágico nas viagens e aqui ainda mais, não se saber onde estamos exactamente e irmos sempre dar a outro lugar, as mais das vezes imperdível.
Com a barriga dava horas , guardámos o mercado para mais tarde.
No arejado terraço do restaurante em plena praça Recife, pudemos contemplar o que as visitas virtuais a Fez já nos tinham oferecido:





É mesmo real e físico!!!







Depois do razoável repasto, regressámos ao mercado e à Medina
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Azeitonas...



As peles e as tintas fugiram-nos, vislumbrámos apenas um poster que indicava um terraço, mas demos de caras com um beco escuso com três indíviduos com ar suspeito que nos queriam levar não sei para onde. Não é exagero, por segundos pairou na atmosfera um ar pouco confiável, que nos fez perder a fotografia típica de Fez.
Os pés ardem, as emoções são fortes, nada como uma paragem ao lado das gentes da terra, ao lado da muralha, no seio da praça, antes de nova excursão pela medina judaica.








Judiaria e os seus balcões de madeira


Nova confusão, tudo se vende , tudo se compra, o silêncio só frente ao palácio, de portas fechadas , bem guardado de turistas e olhares curiosos.






Nova paragem frente à Porta da judiaria, de judeus nem sombra, ou lá estariam mas já disseminados pelas vestes longas .







No caminho de regresso ao camping conhecemos a amabilidade de dois condutores de autocarro: um que fez questão de nos levar , de borla (!), até à paragem correcta; o outro que fez um desvio só para nos deixar na rotunda mais próxima do camping. Afinal nem sempre o cifrão comanda a aparente simpatia deste povo ...
Embalados pela música de outro casamento, desta vez berbere, adormecemos...

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