domingo, 1 de janeiro de 2012

Caminhos de xisto - Água Formosa: que perfeita sinestesia!




Uma boa maneira de terminar o ano, ou porque estava frio e era natal (ou porque era natal e estava frio), foi pisar caminhos e trilhos de outrora, entre pedras e pedrinhas, com o som dos riachos, entre o cheiro dos sargaços e o doce paladar dos medronhos.



Tudo isto na região Centro, pelo trilho das aldeias de xisto e praias fluviais.

Sabem o que é uma sinestesia? É uma figura de estilo que relaciona planos sensoriais diferentes, por exemplo, a audição e a visão, como na aldeia de xisto Água Formosa. A ode ao som da ribeira da Galega que é a música de fundo que nos acompanha ao longo do passeio pela aldeiazita que, visualmente, tem um enquadramento paisagístico todo ele formosura. Fica a poucos quilómetros de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, entre Sertã e Ferreira do Zêzere (N 39º 38’6’’  W 8º5’55’’).


A placa que a homenageia reza ” Esta é uma aldeia que vive de esperança. Tem poucos habitantes (que) vieram atraídos pelo som da água a correr na ribeira da Galega”, o que deve ser bem verdade; mas, para mim, encantou-me a toponímia que lhe assenta como uma luva e toda a ternura que dela emana.  A ternura do cenário envolvente, o caminho ternurento até à fonte com o nome que honra a aldeia (por um caminho calcetado e uma espécie de lagoa apetitosa para mergulhos de verão) e a ternura dos seus habitantes que, cada um por si e sem apoios de espécie alguma (sobretudo financeiros), vão erguendo paredes, desbravando terreno, cultivando  as suas hortinhas, semeando o belo e o artístico. Como nos testemunha o sr. “X”, jovem aventureiro a morar na terra, neste momento já na construção da 3ª casa, a última delas para turismo rural. Quem sabe se não esquecerei uns tempos a Casinha, para me lançar por duas noites no sonho de pernoitar num teto e paredes de xisto, ouvindo o som das águas formosas? 


 fonte



lagoa



chaminé de xisto, claro!



ruas de outros tempos


 pormenores




 casa do sr. "X"


 futura casa de fim de semana?
 
AL (alojamento local)

Não esquecer também o ar natalício da aldeia, não só nos presépios encantados dos habitantes, mas ainda no enquadramento da aldeia visto do lado da ponte. Não parece mesmo um presépio de natal?

 presépio artificial

presépio natural





ponte


(para autocaravanistas: seguir as coordenadas acima indicadas e estacionar aí – são as traseiras da aldeia, onde há uma pequena rotunda boa para inversão de marcha e estacionamento. O passeio na aldeia faz-se a pé, aliás, nem de outra forma poderia ser, o espaço é curto, só mesmo pessoas, carrinhos de mão e burros puxados pela mão).


 anda burriquito...

traseiras da aldeia

Consulte ainda: www.aldeiasdoxisto.pt


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