Parte I – A grande cidade
Não estavam à espera que fizéssemos Portugal-Dinamarca-Portugal em apenas 5 dias, pois não? O que implica que fizemos batota desta vez, pois o meio de locomoção foi bem mais veloz, e esta viagem deveria, talvez, pertencer a outro blogue, mas não a outro a outro viajante.
5 dias, 4 noites ( não, não é o livro de Manuel Tiago!), numa grande aventura. Uma aventura dispendiosa para tão pouco tempo, viajada não pelos 4 protagonistas habituais, mas por 41 (às vezes 43)!!!!!!!! Comecemos por Copenhaga.
Habituados a palmilhar e a descobrir com algum tempo, habituados a contar apenas com o clã familiar; viciados em mapas, itinerários, passeios instintivos e sem olhar para quem nos segue, foi difícil gerir tempos e tantas almas, com ritmos e gostos diferentes. Saudades da Casinha? Dois deles nem tanto, os outros dois juraram que Dinamarca ficaria na rota da casascostas para daqui a uns anos, quiçá para o tempo dos “jubilados”…
Radhus
Palco comemorativo do comité aos Jogos Olimpicos
Radhaus (a Câmara), imponente e dourada foi a primeira visão sumptuosa que deu nas vistas, apesar de a 1ª impressão ficar logo associada a um mar de gente, de diferentes estilos e idades, pedalando as suas bikes. Quanto à primeira, tivemos oportunidade de a ver meio oculta atrás de um palco (comité de decisão dos Jogos Olímpicos de 2016) e, dois dias mais tarde, esplendidamente destapada. De noite, de dia.
A Stroget (passeio incontornável em Copenhaga), pela noite, fica-se como o passeio pedonal de poucos visitantes e certamente ainda menos danes. O frio outonal já se fazia sentir, longe dos 33º alentejanos que para trás ficavam. Apetecia um cachecol, umas luvas. Mesmo assim Nyhavn chamava por nós, e foi para lá que quase corremos.
mantas aconchegantes
porto de Nyhavn, o postal de Exª da cidade
O céu, no qual poisava uma lua opaca e redonda, faiscava de azul. As cores, mesmo na penumbra, eram as mesmas das fotos, da net, dos sonhos. O frio, não. Nem o silêncio dos raros transeuntes, longe do bulício imaginado das vozes, e dos pés a refrescar no canal… Nas esplanadas, mantas vermelhas da IKea, à espera de serem abraçadas pelos mais adeptos do ar livre.
O dia acordou chuvoso, com algumas abertas.
o amanhecer visto do quarto
Tempo escasso para ter de optar entre um leque variado de escolhas. Pequena Sereia? Está na China, informou o recepcionista. Ou seria Japão? Christiania ou o bairro gótico?
Percorrendo a Stroget (dizem eles que a maior rua pedonal da Europa), todos os caminhos vão dar a Roma, quer esta seja a City Hall, quer seja Nyhavn. Ou quer sejam outros pontos centrais, fáceis de calcorrear, perto e bom caminho.
Amagertorv (pela Stroget)
Stroget
Torre Redonda
Rosenborg Castle ali estava à mão de semear e já agora uma foto à socapa aos guardas reais, ali ao lado, no Museu Militar.
Rosenborg Castle
Royal Guards
Mesmo ali perto a estação de metro, porque com pouco tempo o melhor é rastejar qual doninha, para chegar ao outro lado do canal.
do outro lado do canal
Christiania fica do outro lado do canal. Uma cidade parada no tempo dentro da grande cidade. E tão fora dela… outros olhares, outros costumes, outro ritmo. Era de manhã, muitos dormiam ainda, mas a venda - legal, claro - de produtos menos lícitos noutros locais, já se fazia. O odor era ainda ténue. Fora isso nada de fotos, a proibição é um aviso repetido, logo à entrada se percebe que se entra noutro reino da Dinamarca, para na saída regressarmos à EU.
entrada
escola
saída
Nos céus o som dos helicópteros. A comitiva dos Jogos Olímpicos contribuía, certamente, para tornar Copenhaga mais ruidosa, menos “quiet.”
Mesmo assim, conseguimos passar ao lado de Black Diamond ( a Royal Library), logo pela manhã vedado aos peões. Estava na hora de almoço da força policial.
canal defronte à Royal Library
outra sereia
casas-barcos
Copenhaga reservava-nos ainda mais surpresas. O tempo voava, cada esquina teria mais a revelar, cada rua uma história, mas por ora bastava. Não sem um encontro meio combinado, meio por acaso: procurar num determinado local, dois rostos meio desconhecidos, de preto vestidos e com duas palavras-chave – “boina preta”. Ali estavam, pois, à saída do metro da Christianshavn dois portugueses conhecidos das viagens entre bloguistas, “- Muito prazer, vagabundos residentes em Copenhaga, muito gosto em conhecer-vos, afinal são de carne e osso, a casa torta da foto é esta aqui, olá, adeus, pena o tempo ser breve, fica para a próxima!”
A net tem destas coisas, liga portugueses na Dinamarca, mesmo quando jamais de viram.
um local de pernoita completamente diferente da AC!
estação de comboios
A 1ª noite e 1ª manhã esgotaram o seu tempo, “domingo à noite regressamos”, agora há que percorrer a pé, com os troleys deslizando atrás de nós, o caminho da Dan Hostel até à estação de comboios, edifício que vale a pena visitar em termos arquitectónicos e porque, para quem quer conhecer mais um pouco deste verde reino, o melhor é optar pela via férrea. Provavelmente, fazendo primeiro uma reserva, isto é, se desejar ir confortavelmente sentado…
Brevemente darei conta dessas aventuras de comboio até Fyn, a ilha ligada a Zealand, pela Ponte Great Bealt, rumo a uma pequena aldeia arrumada, pacata e palco de recepção para a vitória portuguesa destes Vikings em tanga!!!
2 comentários:
Olá Paula!
A Dinamarca é um dos locais que estão na minha miragem há muitos anos. Sempre quiz guardar os países nórdicos para a minha reforma, para não estar sujeito aos famigerados 30 dias. Agora que já estou nessa situação, não se tem proporcionado por motivos vários. Enquanto não vou, vou-me deliciando com os vossos relatos, que muito agradeço.
Um abraço.
Obrigada, pela sua "companhia". Continue a seguir-nos, porque brevemente darei mais notícias.
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