segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Frida Kahlo - "as suas fotografias"



Para quem ainda não viu tudo em matéria de exposições e só até dia 29 de janeiro, no pavilhão Preto, do Museu da Cidade, Lisboa.
“As suas fotografias” é a primeira itinerância, um arquivo privado da enigmática e sofrida Frida, sobretudo de fotografias que estiveram adormecidas 50 anos depois da morte da artista. Hoje, ali, ao toque da mão, mostram, a quem a considera um mito, um enigma, um exemplo da força bruta da arte e da poesia feminina,  um outro olhar de e sobre Frida: o olhar de outros, nomeadamente de seu pai Guillermo e o seu próprio olhar sobre si mesma,  os outros e a realidade mexicana.
“…pinto a mim mesma porque estou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.
São 257 fotografias das quais escorre surrealismo e tão somente porque o surrealismo era a sua realidade: “ pensavam que eu era surrealista, mas não fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade” .







quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"A perspetiva das coisas"

 



(individual à venda na exposição, reprodução de Fantin-Latour)
QUEM ainda não foi, é melhor despachar-se, só cá está até dia 8 de janeiro. Poderá ainda optar por fazer dela uma prenda de natal original… e barata, apenas uns meros 5 euros.
Falo obviamente numa perspectiva muito consumista, mas não se trata nada disso; a perspectiva é mais do que isso: é a das coisas, ou seja, da natureza morta na Europa, traduzida em telas e cores, básica e totalmente.
De 1840 a 1955, de um Courbet até Vieira da Silva (só para dizer que alguns portugueses também lá estão), passando por Monet, Picasso, Magritte, Dalí (meu deus, aquele telefone creme com auscultador de lagosta, foi “esculpido” pela tua mão!!!)
É incrível percebermos como a pintura se apropriou do real tão mimeticamente, no volume, na forma, na cor , na textura (e quase cheiro e quase sabor) e depois perceber que transformou a realidade e a reinventou… Por que não um hino futurista à energia? Por que não um cubismo picassiano? Por que não o subconsciente de relógios moles à Dalí?
“O que significará para um objecto ser transformado numa ordem pictórica, que género de pintura será capaz de representar a sua realidade inexorável?”
Ou ainda: Que há de mais surreal e abstracto que a própria realidade, o próprio mundo?
Questões que me bateram à porta, enquanto deslizava de um quadro para outro, de um jorro de cores e formas para outro…
Na Gulbenkian, até 8 de janeiro de 2012.


Outra perspetiva de outras coisas ... só que com vida...