quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Telas, pintores e sabores

 

Pont-Aven: Novo cenário, como se fosse outro país, longe e perto das pedras megalíticas, mas já na província de Finistère. Na  Bretanha, apesar de tantos outros fins de terra.

Não foi a nossa primeira vez, e temia que, por lá já ter estado, os olhos não conseguissem deslumbrar-se com novos encantos, mas foi o contrário. Mesmo sabendo que os olhos iriam recordar Paul Gauguin, foi como se fosse a primeira vez. 


Um percurso de pintura, na peugada dos amantes das tintas e pincéis. “Chez Justine” , o hotel que recebeu Gauguin durante as suas estadias, agora o atual Museu de Pont-Aven.

Mas os olhos queriam ar livre, por isso a estadia não abarcou o museu fechado, passou logo ao museu ao ar livre, situado em pleno coração do Bosque “d´Amour” (muito mais sugestivo…) . Foi aí que tanto Gauguin como os seus amigos pintores tantas vezes se inspiraram, e ainda hoje outros lá estão à procura da musa da pintura. Uns captando o real, outros falsificando o irreal…







O trilho oferece ainda um conjunto bucólico de moinhos ao longo do rio Aven.





Pernoita: podia ter sido em Pont-Aven, a vila reserva lugares próprios para AC, mas avançámos até Concarneau, uma outra localidade emblemática, sobretudo pela sua cidade velha, amuralhada pelos braços defensivos de um forte Vauban, maravilhosamente preservado.


Lá dentro, e em pleno ano Covid, foi o primeiro dia que questionámos sobre a nossa segurança e nos protegemos devidamente com máscara, uma vez que incautos turistas enchiam as estreitas ruelas. A ideia era estrearmo-nos nas “moules”,  mas era cedo. Só serviam depois das 19 horas, nem as famosas gallettes bretãs nos deixaram provar. A chuva resolveu mandar-nos embora e optámos pela ASA ao lado da Gare, sofrível de aspeto, mas tranquila. À demain!



segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

“P” de pedras e de paixão

 


Província de Morbihan, à entrada do golfo com o mesmo nome.

Ainda antes de Carnac, “capital” de tudo o que tem a  ver com o  neolítico, uma outra curiosidade do mesmo período:  Locamariaquer e o seu “sítio dos megalíticos”.

 A pouco quilómetros da aldeia e do mar, este pequeno museu ao ar livre é  constituído por 3 conjuntos de respeito:  “la table des Marchans” - um dólmen de 25 a 30 metros de diâmetro, datado de 3900 AC; o “Le Grand Menir brisé”  -  um menir gigante com 20 metros de altura (4500 AC), o maior da Bretanha, hoje partido em quatro pedaços e que fazia parte de uma alinhamento de 19 menires; e ainda um túmulo, o “Er Grah” -  com 140 metros de profundidade e inscrições que os dedos podem dedilhar e sentir o calafrio dos séculos de silêncio que quer falar.


                                                                 La table des Marchands 

 



                                                               túmulo “Er Grah”




                                                                        o Grande menir

A partir daqui só mesmo a paixão hiperbólica de quem ama pedras , como o Obélix… 



Falo de Carnac: filas e filas de pedras alinhadas ,um cenário que, custa a crer, está ali desde o neolítico e que se estende ao longo de 4 kms, com 4000 menires, alguns deles dispostos em filas paralelas, como se estivessem aguardando pacientemente pelo por do sol ou por um qualquer autocarro que os levasse até à praia.





 Estão organizados em três grupos de “alinhamentos”; nós, igualmente três, homem, mulher e cadela, percorremos o do Ménec, calmamente. Ao longo de caminhos previamente delineados ao longo das pedras, sem incomodar e sem sermos incomodados. Apesar de  a polícia não nos quer estacionados ao longo da estrada, tivemos de sair e voltar a entrar para estacionar a casinha num parque de estacionamento permitido, nada de mais. Uma outra forma, bem mais agradável, é percorrer todos os conjuntos de bicicleta.

 

Pernoita: na costa Selvagem, um sítio inóspito a banhos mas paradisíaco de paisagens e falésias a pique. numa ASA frente ao mar. Como dizem os franceses “Magnifique!”.


Costa Selvagem