quarta-feira, 8 de maio de 2019

Keukenhof, o Éden colorido



Data do século XV, associado a um castelo e a uma condessa, mas só em 1949 é que, cultivadores de flores e exportadores tiveram a ideia de transformar a área em parque de Primavera. Abriu ao público em 1950 e foi imediatamente um sucesso.

Em 2019 é a sua 70ª edição, aberto de 21 março a  19 maio (ainda vão a tempo) e honrando o tema “Flower power”, o que vinha mesmo a propósito para nos receber.






As fotos foram às dezenas tentando honrar os seus 7 milhões de bolbos, entre maioritariamente tulipas. 











Para além dos jardins meticulosamente enfeitados, há ainda outras estufas repletas de mais bolbos, mais plantas e mais flores…




O parque abre apenas neste reduzido calendário primaveril e por isso a afluência é elevada. A evitar é seguramente o fim de semana da Páscoa, quando os alemães vizinhos invadem literalmente a Holanda e tornam o parque num caos de carros estacionados e, imagino, formam filas e enchentes  de máquinas fotográficas e afins em riste. Felizmente não vimos, mas a descrição aproxima-se dos relatos lidos e imaginados.

A partir de Amesterdão há várias formas de chegar ao tão aclamado parque, situado nos arredores de Lisse. Nós optámos pelo modo mais fácil: reserva de bilhete “combi” ( bus ida e volta de e para Amesterdão + bilhete para o parque  = a 30 € por pessoa), no site oficial do Parque. Outra possibilidade é fazer a compra (caso se esteja em Amesterdão) , no próprio dia, num posto de turismo da cidade.
De qualquer ponto de Amesterdão, a fase seguinte é apanhar o bus para Keukenhof, que espera por nós junto à estação de metro Europalein (bus   852 ). 



O bilhete é válido para qualquer dia dentro do prazo de abertura do parque e no dia escolhido há vários horários possíveis no bus que nos transporta até Keukenhof. São cerca de 30 minutos contemplando campos de flores, autênticos tapetes multicolores e às riscas. (Há quem prefira visitar os campos nos arredores de Lisse, ou fazer o percurso de comboio entre Amesterdão e Leiden , via Harlem, saíndo para andar a pé ou de bicicleta, por entre os campos. Também há quem diga que o cheiro perfumado chega a ser enjoativo e que nem todos os campos estão abertos a turistas, dado tratarem-se de propriedades privadas).

Com tantos “ses”, a escolha recaiu na opção mais comercial e arrumadinha e, perante o Éden contemplado, não houve queixas a registar. As cores são múltiplas, assim como a variedade de tulipas, com nomes cada vez mais excêntricos, já lá vai o tempo em a tulipa negra era o cúmulo da excentricidade (afinal é um mito, a sua cor é púrpura filha da mistura entre vermelho e amarelo), agora há nomes como Madonna,  Cristiano Ronaldo.




 As ruas são a perder de vista com canteiros aparados , divididos por tonalidades, as águas de lagos e laguinhos borbulham como pano de fundo, o moinho é visitável e, em redor, atraem as vistas os campos de tiras de tapetes coloridos, por onde também se pode rolar alugando uma bicicleta.











Para quem viaje de “casa às costas”, os parques de estacionamento são amplos e por lá estavam muitas , creio que por 5 ou 6 € estavam muito bem. Ficou-nos a  inveja pois é claro, quanto melhor não seria assistir a tudo aquilo sem preocupações de horários e malas rolantes atrás. Ainda assim havia cacifos grátis para quem vem direto do aeroporto ou como nós que sem casinha tínhamos desta vez mala às costas e depois de Amesterdão havia um outro destino, rumo ao norte do país das flores.

Alternativas: comboio ou FlixBus. Esta última, definitivamente: barato, confortável e rápido. Aconselho!



sexta-feira, 3 de maio de 2019

Londres especial… outonal…





Londres foi a minha primeira grande viagem.
Física, quero dizer, porque antes de o ser já a havia visitado centenas de vezes, desde as aulas de Inglês no secundário, às fotografias dos outros e às séries e filmes ingleses que sempre devorei avidamente, a maioria das vezes para encher os olhos com as paisagens e locais, costumes e aquele “accent”. E, desde a primeira viagem que continua a estar no top1 afetivo, linguístico, paisagístico , “and so on”…
Qualquer época do ano serve para a visitar, imaginemos por exemplo, novembro, mais precisamente em pleno Halloween. Não é que seja fã da ocasião, nada mesmo, traz-me más recordações e ventos menos auspiciosos, mas pronto, façamos uma exceção em Londres.










Aquela magia de se entrar num dos seus bairros mais emblemáticos, Hampstead, e depararmo-nos com decorações como manda a etiqueta, abóboras a rigor, bruxas em locais inesperados, monstros e fantasmas espreitando dos muros aristocráticos…

É a Hampstead que me refiro, aquele bairro que é uma aldeia dentro da grande cidade, onde ricos e famosos residem, onde escritores (Charles Dickens e  Keats) e pintores ( John Constable) se inspiraram, onde se filmou o filme com o mesmo nome baseado numa história real ocorrida num dos parques da zona, o apetecível e magnífico Hampstead Heath, do qual já falei apaixonadamente em outra ocasiãoespecial.






Não tive a sorte de encontrar o simpático sem-abrigo, nem a Diane Keaton a fingir de inglesa, ou o Sting a cantar, mas a porta da mansão Burgh House, outrora casa da rainha Ana abriu-se-me de par em par. Hoje é um museu, de entrada gratuita, onde se pode admirar a arquitetura georgiana, celebrar eventos ou admirar exposições. Um chá das cinco também é possível…





Outro bairro, vila ou aldeia, como lhe quiserem chamar, um pouco mais afastado do centro, já fora das zonas 1 e 2, é o elegante Richmond. Vai-se de comboio e lá chegados ei-nos noutra “aldeia”.  O centro bem à inglesa com as suas lojinhas e passeios pedestres simpáticos, o parque Richmond Green e ruas envolventes, onde as cores outonais deleitam a vista.








A atração mais popular é uma ida às esplanadas à beira rio, o Thames pois claro, sentar nas típicas cadeiras de madeira ( no verão usa-se  e abusa-se do relvado verde) e depois do relax merecido, um passeio pelo grande parque . O nosso foi curto porque o parque é gigante, havendo até uma zona com vida animal, convivendo-se com veados saltitantes. 















Para o lado oposto fica o jardim botânico, Kew Gardens, mas isso é pretexto para nova viagem, de preferência na primavera. Até lá vai-se sonhando…



Ainda no capítulo do Halloween, há mercados a visitar. No Columbia Road Market festejava-se o dia dos mortos ao modo mexicano, com Milagros, oferendas votivas aos mortos, feitas de metal e papel. 





Frida Kahlo era presença constante, apesar de o mural a ela dedicado se encontrar num outro mercado, o de Broadway. Neste, a especialidade é comida e velharias, e é um passo incontornável para quem adora mercados. E é incontornável porque quem vai a Londres não sabe o que perde se lá não for.








Camden é outro a não perder, o ambiente é sui generis (não me canso de o adorar e desta vez realço a loja portuguesa, Ferreira’s,  para quem não esquece as saudades de comida caseira)!


Camden



Na loja dos Ferreiras


Outro ainda é o de Notting Hill, em Portobello Road, apesar desta vez me ter dedicado mais às ruas envolventes com as suas enormes e elegantes  fachadas e me ter deliciado com um edifício em particular, o Tabernacle, uma antiga igreja transformada em espaço musical, onde, amem!, os Pink Floyd chegaram a atuar!!!










All saint´s Church



The Tabernacle


São ou não são motivos de sobra para voltar sempre e em qualquer estação à capital inglesa?