Feiras e mercados na época do São Martinho
é o que não falta em Portugal.
A
da Golegã (Novembro: fim de semana de 2 e de 9), com quase 4 séculos de
história , pareceu-nos uma bom começo
para este 2013 de crise e buraco orçamental. Sem dinheiro e com tanto
cavalo lusitano, certamente não teríamos onde o gastar.
Mal conhecíamos a chamada terra
dos cavalos, mas também não foi assim que mais conhecedores ficámos. As ruas, fechadas ao trânsito e atravancadas
de barracas e vendilhões, não nos deixaram ter uma visão ampla da terra.
Ficámo-nos pois com a imagem da
Golegã daqueles dias de festa, com a nossa visão e com aquela que os canais televisivos
nos foram oferecendo durante a semana inteira, com mais ou menos cavalos, mais
ou menos música pimba.
Cavalos, cavaleiros e outros
afins pressupõem desde logo um certo elitismo e era com ele que íamos a contar.
Confesso que pensei que fosse pior. Mas não, a Golegã revelou-se uma mistura de
cheiro a cavalo, elitismo de classe e muito povo a apreciar as vistas, outro a
desejar ser como os cavaleiros, outros a decidirem imitar a elite,
ficando-se pela compra de peles, chapéus ou botas de cano alto. Ou outros ainda
apenas fotografando de uns e de outros.
Na praça central – o mesmo
carrossel giratório toda a semana: ao longo da arena durante horas a fio, as charretes-táxis,
os cavaleiros, uns mais à antiga, outros mais contemporâneos, de telemóvel,
ténis e calças de ganga. No centro as provas, os prémios, o espectável.
Esperasse eu mais folclore e mais
tradição, mas talvez isso fosse doutros tempos ou da minha imaginação. Pelo menos vi
a senhora das castanhas.
Estas e outros e frutos secos eram muitos, bem com o cheiro a bons nacos de carne, cerveja e vinhos com
fartura, massa frita e cavalos de plástico, Quim Barreiros e outros produtos
nacionais. Até casas para cavalos,
parecidas à nossa, ao que chegaram as modernices.
E muito negócio, ou não fosse
feira. Cada porta ou portão encerrava um novo bar, improvisado ou para a
família.
Cada rua ou sinalética é ainda
outro cavalo ou … algo com ele relacionado.
As cores , ocre e azul, são como
as da minha terra e , como sempre, não resisti a portas e janelas…
Foi também numa “quinta “
improvisada que dormimos… 5 euros a noite com direito a estacionamento dois
dias.
Cumprimos a nossa parte de
turista em crise, comendo sobretudo com
os olhos e fechando-os numa noite bem dormida, porque isto do aumento das horas
de trabalho semanais aumenta no sono ao fim de semana. Roncar é preciso!
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