Os dedos de Deus , apesar de bem
delineados, fizeram-me perder entre veias e vasos sanguíneos, levando-me a
afirmar, erroneamente, que a praia de Vilarinho , em Aldán, se situava na ria
de Vigo, metaforicamente , nestas crónicas, a de “Mindinho”. Na realidade ,
situa-se na ria de Pontevedra, o
“Anelar”, aquela para onde me dirijo agora.
Vilariño, Aldán
Seguindo a rota e não os dedos, é
verdade que partimos de Aldán com destino a Sanxenxo, de facto no “Anelar”.
Creio que pela terceira vez em vários anos, não conseguimos estacionar numa das
mais badaladas da “Galazia”, Sanxenxo, a avaliar pelas filas e afluência de
gentes. Desconheço se o seu centro é ou não interessante, a parte percorrida,
dentro do veículo, só me evocou betão, comércio e semáforos. A parte natural
são praias a perder de vista mas muito concorridas, logo, pouco
apetecidas.
Só no regresso, já vindos de
Santiago, entrámos em Pontevedra, mas a sua narração, por pertencer a este dedo,
fica já aqui.
Santiago de Compostela
Talvez porque Santiago me enche
sempre a retina (uma das minhas cidades de eleição no cardápio europeu que
conheço, não sendo elas tantas assim – as que conheço, entenda-se), Pontevedra
ficou apenas debaixo de uma pestana.
É a capital das Rias Baixas, é
elegante e senhorial, é tranquila e animada, mas… um “mas” pequenino, porque este viajante pode
incorrer em muitas injustiças influenciado por muitos fatores, inclusive por
ter explorado mal o espaço, cidade e arredores. Às vezes é assim, pelo que só
lhe resta repetir a dose em próximas oportunidades, não lhe hão de faltar, é
perto e bom caminho.
Mas vamos, sem mais delongas, a
Pontevedra.
Comecemos pela Igreja de San
Bartolomeu, para depois entrar na primeira praça que nos acenou: a da Leña, logo
seguida da Praça da Verdura, recheada de esplanadas e bares.
Boleia para a igreja de S. Bartolomeu?
Aliás, as ruelas de bares são uma constante,
deverão ser certamente animadas e barulhentas , não era o caso porque a hora
ainda era a da siesta (por mais que
tente, esqueço-me , na maioria das vezes, dos estranhos horários espanhóis, o
que dá jeito, por exemplo, para ir à praia: antes das 11 horas qualquer praia
está vazia!!!) . Muitas praças, para além das nomeadas; muitos cruzeiros;
muitos balcões envidraçados e ferros entrelaçados e floridos;
muitas igrejas
imponentes, sendo a mais nobre a Basílica de Santa Maria, ocupada por mais um
casamento. Haja felicidade e futuras e tenras gerações!
Antes da Alameda (passeio infelizmente
repleto de “feira” móvel sonoramente poluente), ainda as ruínas de São Domingos,
relíquia medieval, infelizmente incompleta, daí o nome.
Ruínas
Rodeando o casco antigo, alguns
jardins que dizem ser frescos e agradáveis. Estes viajantes foram parcos na
visita a espaços verdes e ficaram-se pelo Parque Rosalía de Castro, à beira da Ponte de Santiago e do rio Lérez,
onde se situa a mais recente área para autocaravanas.
Um parque sossegado e por
enquanto ainda impecável e limpo ( a sua inauguração foi este verão), grátis, munido de 20 lugares e duas
zonas de despejo. Nota estranha e novidade para estes viajantes: os cães só são
permitidos se estiverem dentro dos veículos. Lamento informar mas com o calor
que estava (32º) a nossa companheira de quatro patas esteve lá fora, nos
limites da AC, apanhando o pouco fresco que corria. Preferiam que desidratasse
de calor ou que a abandonasse no rio? (N 48º 26´ 00´´ W 8º 38 ´09´´).
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