6 de agosto
Deixámos Schiltach a pensar que
talvez não fosse boa ideia, o idílio da paisagem agarrava-nos ao sítio.
Ainda assim, estupidamente, partimos.
Ao longo do caminho a paisagem tocava-nos pela sua beleza e pensávamos que
apesar de parecer tudo longe, tudo era perto. Boas estradas sempre, talvez por isso tantas casas e habitantes.
Um dos percursos possíveis seria
atravessar toda a região para chegar ao norte da região, já em Baden-Baden, para
depois entrarmos na 2ª etapa da viagem , a rota romântica. Mas ainda queríamos pisar
o bocadinho da Alsácia que havíamos saltado, por isso regressámos à “Alsace
française”, que afinal tinha estado
sempre ali a lado. Só um desvio e já lá estávamos. Antes de Strasbourg, mais
uma vila simpática: Obernai.
Não tão simpática quanto da
primeira vez, afinal. Naquele ano o
tempo era ameno, e havia festa na praça, com comes e bebes. Desta vez o calor
era gritante (apetecia a siesta espanhola)
e da festa só as mesas e bancos que os alemães montam, desmontam e recolhem a
um canto da praça.
Com calor e sem siesta, rendemo-nos ao ar condicionado
da autocaravana e partimos rumo a Strasbourg, a grande cidade alsaciana, aquela
onde uma vez pensei que seria um bom local para se viver. A área para AC
existe, mas a consideráveis quilómetros do centro, só nos fez perder tempo e
desanimar. Também procurámos o camping Indigo, sensivelmente mais perto do
centro e com piscina, mas estava sobrelotado. O estacionamento em frente do camping tinha lugar e pediram-nos 40 €
apenas para pernoitar, sem direito a luz nem água… Acabámos por levar a
autocaravana para mais perto do centro e estacionámos numa rua normal perto da
Opera, pagando estacionamento e rezando para que nada sucedesse, afinal a
cidade já é grandinha ( habitantes).
Percorremos alguns pontos
estratégicos, sem rumo definido:
A grande praça e a sua gigantesca
catedral que não cabe em nenhuma lente;
Vimos algumas banhistas mais frescas do que nós;
A zona da Petit Venice,
deliciosamente bela:
E pouco mais…numa cidade a fervilhar de gente, um "melting pot" pequenino...
Tentámos encontrar o restaurante
onde anos atrás nos deliciámos com uma maravilhosa tarte flambée mas o GPS interno entrou em fusível e já ninguém se
lembrava onde era. Tudo parecia idêntico e ao mesmo tempo diferente. Não muito
seguros do estacionamento, regressámos cedo, para pernoitarmos na área de
serviço longínqua ( coord. 7.7978 48.5707).
No dia seguinte talvez fosse mais fácil. Uns vizinhos espanhóis, à noite,
explicaram-nos os diversos meios de transporte que deveríamos apanhar para o
centro ( pelo menos um autocarro, e o elétrico já no centro). Havia ainda o
problema da cadela: o calor era muito para a deixar sozinha na AC e não
tínhamos a certeza de a deixarem andar de transporte público.
A área de serviço fica ao lado do
Reno e, por uma ponte pedonal bem moderna, chega-se à Alemanha ( Kehl
) em menos de 5 minutos. Fizemos o percurso a pé, à noite, e foi bom de ver
como pelo calor da noite , franceses e alemães
circulavam a pé, a correr, de
bicicleta, de skate, ao longo da fronteira aberta do novo mundo europeu (depois
dos recentes atentados e ameaça terrorista até quando?). Uma das possibilidades
no dia seguinte seria apanhar o comboio para Strasbourg a partir de l, podendo levar a cadela, pois ao que parece a circulação
de cães em transportes públicos alemães é algo mais pacífico. Afinal na União
Europeia nem tudo tem as mesmas normas…
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