17 de agosto
Quando se mete a “cassette” de regresso, a viagem começa a
perder piada. Tudo soa e cheira a fim de férias e ainda faltam centenas e
centenas de quilómetros. À frente, o eterno alcatrão e a expectativa de uma
paragem amena, interessante, bela. Quando não se conhece às vezes acerta-se , outras
não.
Depois de muito alcatrão, estradas nacionais, regionais,
perto das 18 horas apontámos para Paray-le-Monial, local completamente desconhecido
, com ASA para descansar (o que não queria significar nada, porque em França qualquer
lugarejo tem ASA).
Qual não foi o espanto quando a ASA nos pareceu diferente e
animada, uma ASA em festa, diríamos: pavilhões, música, gente, muitos carros na
suposta área para autocaravanas. Depois de parados é que percebemos: a
localidade acolhia um encontro religioso, Paray é um forte centro de
peregrinação devido à aparição do Sacré Coeur à freira Margarida Maria, depois
consagrada Santa Marguerite.
Antes disso, porém, a basílica de Paray foi um importante
centro da ordem de Cluny durante a Idade Média. Arquitetonicamente falando,
continua a ser um grande centro de atenções.
Também o Hotel de
Ville tem o seu charme , bem como a praça e as ruas envolventes. De noite, tinha
tudo um ar de filme, alguns transeuntes e uma cadela louca (a nossa) a fazer
círculos na praça. Nas capelas, orações e confissões.
A localidade é ainda atravessada por dois canais, num deles “estacionam”
barcos-casas. (Sempre gostei de barcos-casas, é assim um parente de autocaravana
mas sem alcatrão sob as rodas).
De manhã cedo continuava a azáfama das orações e cânticos,
difícil foi sair do estacionamento, estava a ver que tínhamos de interromper a
missa… felizmente alguém da organização nos viu e ouviu… e deu uma mão.
O alcatrão esperava-nos, acabavam-se os canais.
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