Depois do Minho e antes de chegar às Astúrias … a Galiza.
A entrada na Galiza fez-se pacificamente, afinal era tudo
norte, tudo galegos, tudo amigos e hermanos,
nas paisagens e na língua (quase).
Em vez de Vigo ( só de passagem) ou Santiago (apesar de todos
os caminhos irem lá dar…) decidimos encurtar caminho: Ourense, Lugo , costa da
Galiza, apontando para a magnífica Praia das Catedrais.
Não seria propriamente Ourense, mas um destino que veio ao
nosso encontro virtualmente, depois de acasos visualizados em redes sociais . O
destino situa-se nos arredores de Ourense e é um misto de calor com água,
significando isso que, no Verão, será uma mistura sempre igual a calor. Enigma
? Refiro-me a um complexo termal com uma estação Zen /termal(paga) e umas
piscinas ao ar livre, grátis, com águas
cujas temperaturas atingem os 40 graus e uma temperatura ambiente a rondar os
trinta e tal, ou seja, VERÃO! É
claro que só o soube na pele depois de lá chegar, apesar de sempre ter ouvido e
imaginado que o ideal seria ir lá no Inverno.
Chegados ao sítio, desculpem caros leitores, ainda não
revelei o ponto geográfico, chegados ao parque de estacionamento das termas de
Outariz (N 42º 20´ 54´´ W 7º 54´45´´ ), com vários carros e 2 ou 3
AC, voltámos a acionar a ventoinha de 12 W, enquanto saboreávamos um bacalhau à
brás português.
Ainda antes da digestão feita já caminhávamos curiosos,
debaixo de intenso sol e calor ( o caminho é pedestre e atravessar a ponte pedonal
que atravessa o Rio Minho é escaldante), para perceber o meio termal
envolvente.
São dois núcleos de piscinas com relva e balneários, ao lado do rio, com dois funcionários que vão tirando a temperatura às águas e muita gente a escaldar o corpo e a deslizar calmamente nos grandes “bidés”, para acabarem sentados qual SPA de hotel (qualquer esforço de maior monta pode originar quebras de tensão, desmaios, enfim, esses colapsos corporais). A temperatura ia variando de piscina (bidé) para piscina, chegando aos 40 numa delas que nos fez arrepiar caminho e desejar tão somente a sombra da relva. Experimentámos ainda o chamado “quente-frio” alternando piscina com rio. Confirmou-se que o ideal para tais extremos (das termas, não do rio, porque esse era mesmo frio!) seria o Inverno.
São dois núcleos de piscinas com relva e balneários, ao lado do rio, com dois funcionários que vão tirando a temperatura às águas e muita gente a escaldar o corpo e a deslizar calmamente nos grandes “bidés”, para acabarem sentados qual SPA de hotel (qualquer esforço de maior monta pode originar quebras de tensão, desmaios, enfim, esses colapsos corporais). A temperatura ia variando de piscina (bidé) para piscina, chegando aos 40 numa delas que nos fez arrepiar caminho e desejar tão somente a sombra da relva. Experimentámos ainda o chamado “quente-frio” alternando piscina com rio. Confirmou-se que o ideal para tais extremos (das termas, não do rio, porque esse era mesmo frio!) seria o Inverno.
Torrados de calor , desistimos de esperar pela noite e
voltámos à estrada para nos estrearmos em Lugo. A estrada até lá deixa muito a desejar,
quase duas horas em curvas e mau piso, até uma cidade que parecia meio deserta,
mas com ASA num largo e misto parque de estacionamento, carregado delas (N 43º
0´18´´ W 7º 33´46´´), grátis, as comodidades do costume e uma vista soberba, já
que se situa num terreiro a mirar as encostas, o rio e a ponte romana.
Estranhamente, porém, a Lugo antiga não se construiu na margem do rio mas num outeiro, reforçada por uma forte muralha romana de 2 kms (classificada pela Unesco como Património da Humanidade) a qual rodeia o pequeno e antigo “casco”. Fomos lá no dia seguinte, fica a uns fáceis 15 minutos a pé da ASA, apesar de ser sempre a subir (corta-se caminho por um jardim e escadas). Chovia como se o OUTONO tivesse chegado.
Estranhamente, porém, a Lugo antiga não se construiu na margem do rio mas num outeiro, reforçada por uma forte muralha romana de 2 kms (classificada pela Unesco como Património da Humanidade) a qual rodeia o pequeno e antigo “casco”. Fomos lá no dia seguinte, fica a uns fáceis 15 minutos a pé da ASA, apesar de ser sempre a subir (corta-se caminho por um jardim e escadas). Chovia como se o OUTONO tivesse chegado.
muito xisto
Muralha
A muralha de granito e de lajes de lousa é de facto digna de
registo, pode ser alegremente percorrida a pé, quase por cima dos telhados de
xisto das casas, como se fossemos equilibristas de circo. Muitas destas
encontram-se terrivelmente degradadas, à espera de melhores dias. Enfiámo-nos
ao acaso pela Rua do Miño para dar de caras com a degradação das casas e de
costumes, pois na zona, e em plena manhã, várias senhoras de largo porte
“ofereciam” o corpo a quem passava. Um pouco mais acima o posto de turismo e o
centro com o seu “Ayuntamiento”!
os famosos balcões tão típicos da Galiza
arco da catedral
De realçar ainda a sui
generis catedral, mescla de vários estilos, no que toca ao seu interior, aí
distingue-se o coro circular e as suas inúmeras capelinhas, com particular destaque para a
capela da Virgem dos Olhos Grandes, patrona da cidade.
Nada mais havendo a registar, apesar de o Outono se ter transformado
em PRIMAVERA, rumámos à procura das
praias, no caso uma com direito a monumento e , por isso mesmo, ela própria um
monumento: a praia das Catedrais, assim conhecida por as suas rochas formarem grutas
e arcos como numa catedral gótica.
Infelizmente, quando lá chegámos o nevoeiro (e uma chuvita) de
OUTONO mal nos deixava distinguir os
contornos da paisagem e a maré cheia não permitia o acesso às capelas. Felizmente
já as conhecíamos doutras andanças e pudemos imaginar o que estava oculto pelas
águas frenéticas. Frente à praia e a uns metros situam-se campings e parques de estacionamento onde é possível estacionar e
pernoitar, mas ainda era cedo e apetecia-nos iniciar a meta traçada: Astúrias,
já ali. Depois de Ribadeo, numa linha invisível mas concretizada pela ria,
desenha-se a fronteira entre a Galiza e as Astúrias. Num pulo já lá estávamos e
iríamos iniciar o nosso périplo por uma das mais bonitas praias asturianas;
Tapia de Casariego, onde já havíamos sido “muito felizes” na “Casinha” anterior
. Decidimos bisar a sorte.
Enquanto as palavras atuais não chegam lá , deliciem-se com
momentos mais recuados.
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