Já há um bom par de anos que não ia a Sevilha. Desta vez
fomos na ida e na volta de uma rota que pretendia avistar África.
Inocentemente, esperávamos estar lá dois ou três dias
seguidos, mas nada se apresentou cativante. Era a semana da Páscoa e, pela
primeira vez nestes anos de viagens de casa às costas, fugi das procissões… ( à
exceção de Aracena, o que se compreende, era o primeiro dia da rota) e de
Sevilha.
Trânsito fechado, igrejas que não conseguimos ver, os jardins
Real Alcázares onde não conseguimos entrar, filas e filas de gente, muitos
“sevilhanos e sevilhanas” aperaltados num “dominguismo catita”, como diria o nosso
Eça; e tudo isto no meio de muito incenso, andores e rufar de tambores. Valia a alegria
dos outros, os “costeros” massudos, nos intervalos da tarefa…
Foi pena a alegria não me atingir, porque Sevilha é um manancial
de arte a céu aberto, porém, a mim apetecia-me ter espaço e vistas abertas.
Ainda
assim, a Praça de Espanha até me pareceu mais airosa e limpa do que da última
visita;
o Hard Rock Café creio que nem existia e, vá lá, desta vez deu para descobrir um bonito edifício com
curral andaluz onde as guitarras certamente se sentem bem;
o bairro judeu
conseguia manter algumas ruelas respiráveis e algumas praças pacíficas e
amenas.
Na realidade, as multidões concentravam-se em redor de La Giralda e da catedral,
entrar nem pensar.
Embora apetecendo o ar árabe e o sol de quase Verão, ficou-se
tudo pela miragem de uma Sevilha que não o era. As imagens que aqui revelo são
a prova de que nem tudo o que parece, é. Ficou de fora o lado feio que as palavras descreveram.
Para culminar, da primeira vez ficámos na Asa do porto, muito
longe do centro ( N 37º 22´0´´ W 5º 59´51´´, 12 euros, com net, wc e serviços).
Ainda por cima, porque em Espanha os transportes públicos não toleram cães,
armámo-nos em peões corajosos e palmilhámos 11 quilómetros entre ir, voltar e
cirandar pela cidade.
Da segunda vez conseguimos um lugar mais perto, num parque
misto, Ponte dos Remédios ( N37º 21´48´´ W05º 59´ 40´´, 10 €,
com luz e água, mas sem serviços). Sempre deu para penetrar no famoso e “muy”
castiço bairro de la Triana.
Contas feitas: Sevilha na Páscoa, não obrigada, fica-se
esgotado e com poucas histórias para contar, que o diga a nossa amiga que
adormeceu a sonhar com uma almofada de penas…
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