Baztán – um pé em Espanha, outro em França
Para os fãs da Trilogia de Báztan, de Dolores Redondo,
aconselho um saltito até à província de Navarra, nomeadamente a aldeia de Elizondo,
cenário natural do livro e da adaptação da série homónima da Netflix. Para os
fãs de cenários verdes mágicos o mesmo aconselho.
Este pequeno cantinho de Espanha, entre o país basco espanhol
e o francês é, de facto, apetecível. “Aqui não há nada feio”, foi a frase que
mais repetimos.
Minto, há um aspeto menos favorável, para nós, viajantes
itinerantes de 4 rodas, é que ali ainda não são muito hospitaleiros com as
nossas casinhas. Em Elizondo, onde Amaia Salazar pesquisa o famoso crime dos
bosque de Baztan, vila de muitas casas nobres, palacetes e casarões, não foi
fácil estacionar. Não só porque as ruas são estreitas, mas também porque nos
poucos espaços disponíveis, as autoridades responsáveis não são muito
acolhedoras. Estacionar: afastado da
vila, pernoita: nem pensar.
Elizondo é tal e qual como Dolores Redondo a descreve: pacata,
misteriosa, salutar. Lá está a ponte sobre o rio Baztan onde Amaia tantas vezes
pára contemplando as sombras e o rio, lá está a casa da sua tia Engrasi, e até a
panificadora da família, com o mesmo nome do livro!
O rio Baztan e a ponte
Não só Elizondo é digna de visita, ao seu redor outras
aldeias serranas a merecem, como Maya/Amiur, já muito perto de França. Esta distingue-se
pelo seu arco que delimita a entrada para o casario, dando-lhe um ar de aldeia
privada. O seu ar nobre e digno não permite, talvez por isso mesmo, turismo
rolante.
Assim, rolámos antes de jantar dali para fora, à procura de
poiso que aliasse ceia e dormida. O escolhido e popular (digo eu, porque estava
populoso) local fronteiriço onde muitos vão aos seus shoppings e onde muitas
AC pernoitavam gratuitamente, com um pé em Espanha e outro em França, chama-se
Dantxarinea (N 43º 17’ 22’’ W01º 30’ 15’’) e tem vista para os Pirinéus.
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