“Caminho para o Norte”: um
sonho adiado e realizado, em primeira instância seria realizado sobre as rodas da
casinha, se tivéssemos muitos meses de férias, se a reforma fosse para breve, “se”
e inúmeras condicionais; assim, acabou por se realizar num voo de apenas 8
horas ida e volta, “by plane, by bus” e por outros variados meios de locomoção, exceto
autocaravana.
O percurso teve a forma de um
olho, mais votado ao sul – este – oeste do que propriamente ao norte do território
norueguês e contemplou a duração de sete dias.
Começou em Oslo aeroporto ( a
extremidade do olho), para logo se percorrer a E6 - com 3.200 km de extensão e a
módica quantia de 1.100 túneis, que leva ao norte - com paragem em Lillehammer; no segundo dia,
Lom- Pollfoss- Gheiranger e Loen; no 3º dia, glaciar de Briksdal, Shey, Flam
(comboio até Myrdal) e vale de Stalheim; 4º dia, navegação pelo Fiorde dos Sonhos,
Voss e Bergen ( a outra extremidade do olho) ; 5º dia Bergen, Hardangerfjord,
cascata de Voring e Geilo; 6º e 7º dias – Oslo.
Liilehammer foi o primeiro contacto com terras escandinavas bem distantes e diferentes daquelas que a nossa visão e palato costumam contemplar e degustar. Foi apenas uma pequena introdução ao território dos imensos lagos e fiordes, às florestas de abetos e cultivos de maçãs, para chegar a uma pequena (Lille) povoação, vizinha do lado Mjosa, palco dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994.
O facho olímpico
E foi pela pista de sky que
iniciámos o périplo, imaginando o que seria um inverno de manto branco a cobrir
montanhas e gente que desliza em vez de caminhar. A pequena cidade, outrora
cidade mercantil de fábricas e cervejarias – aprendemos logo que a venda de álcool
é proibida em supermercados, o referido comércio é realizado em lojas para o
efeito, o chamado monopólio do vinho, casas controladas pelo Estado - é atualmente um centro de desportos de inverno e de verão.
Loja de vinhos
Também ali tomámos
imediatamente contacto com a 1ª estória da tradição norueguesa, para além das
muitas lendas da mitologia escandinava, umas à roda de Trolls, outras inspiradas
em guerreiros Vikings.
A de
Lillehammer remonta aos séculos XII- XIII, e relaciona-se com a luta pelo
pretendente à coroa norueguesa entre duas fações inimigas, uma delas, os Birkebein,
defensores do herdeiro. Foi este bando que salvou o futuro rei , Haakon IV, fugindo
com ele ao longo de um percurso perigoso de florestas e montanhas, de 52 km, no meio de uma tempestade de neve.
A tradição
é ainda honrada com várias corridas, a “Birkebainer Run”, uma delas com uma
mochila ao colo de 3,5 quilos, ao longo dos famosos 52 km.
Outras
estórias e mitos nos foram acompanhando, os dias vindouros abordariam sempre o
famoso Peer Gynt…e os famosos Trolls.
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