Ficou-me na memória, das
aulas de inglês dos tempos do liceu, que
em Londres, ao contrário do resto da
Europa-Mundo, se celebrava um carnaval
no verão. A vontade de lá ir permaneceu desde
essa época.
Este ano, após 2 anos de vazio devido ao covid-19, o carnaval regressou às ruas de Notting
Hill, Londres. Por pouco o via, mas ainda não foi desta. Fiquei-me pelos preparativos, o que já foi
deveras curioso.
Primeiro que tudo a origem:
este carnaval nasceu com os imigrantes das ilhas caribenhas residentes
em Londres, devido a questões de
discriminação. Alegre e livremente, estes
imigrantes começaram a manifestar-se pelas casas e depois pelas ruas do
Bairro, até chegar àquilo que é
hoje, uma imensidão de festa, albergando mais de 1 milhão de pessoas pelas
ruas de Notting Hill. Anos houve em que
o festejo se complicou com arrastões , o
que complicou as questões de segurança, chegando-se ao compromisso da vigilância e
policiamento, para que todos possam
desfrutar.
Em segundo lugar a organização e realização: esta está nas
mãos da comunidade, evidentemente, e a
sede de tudo mora num curioso espaço de
lazer do qual em tempos aqui falei - a
ex- igreja Protestante Evangelista que
se tornou num Tabernáculo - TheTabernacle,
de seu nome - um outrora altar agora
transformado noutro tipo de palco, pisado pelos lendários Rolling Stones e Pink
Floyd e atualmente espaço para concertos, ensaios, e ainda com salas de aulas e workshops, exposições,
café-restaurante. E acima de tudo um espaço de encontro, ao fim da tarde, um
espaço familiar.
Os dias antes do fim de
semana do carnaval - sempre no último
de agosto - este ano nos dias 27, 28 e 29 ( este último, feriado no Reino
Unido) - The Tabernacle já mostrava sinais de alegria com gente que se
preparava para o evento, em família, atrevo-me a repetir.
Sexta-feira começaram os preparativos de segurança, taipais de madeira ( rico negócio para os
homens da mesma!), a encobrir lojas e
habitações particulares. Minutos depois
e durante a noite, os grafittis
ocupavam o espaço em branco, como se fosse proibido ter a madeira
a nu.
A segurança seria apertada,
o dispositivo montado variado- toilets,
venda de comes e bebes, voluntários… pensei
inclusivamente que os residentes poderiam cobrar por cada ida ao seu WC, depois de saber que também os mesmos vendiam
cerveja à porta de suas casas. Fiquei depois a saber que a cobrança privada aos
WC não era afinal ideia original…
Os desfiles e toda a diversão são imersos em muitos decibéis de música, cada grupo dá o seu melhor para os
júris da festa.
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