Menos de um mês depois , outra vez em Foz do
Arelho. Da primeira vez foi um destino devidamente planeado, agora (final de
ano) foi uma mera coincidência fruto de
muitas indecisões que não são para aqui chamadas.
Da primeira
vez, o parque de autocaravanas estava cheio,
hoje está praticamente vazio, sendo que quase ao nosso lado aparca a mesma AC com
matrícula francesa… se calhar também foram trabalhar , passar o Natal e agora regressaram…
Da primeira
vez fazia sol, agora chove copiosamente e o ano termina amanhã (o "agora" também é subjetivo e diferente, porque agora já não é o mesmo agora de quando escrevi). Nunca nada na
vida é igual.
Da primeira
vez – e passo a explicar que essa vez foi no fim de semana de 8 de dezembro ,
no qual tivemos direito a ponte – iniciava-se a época natalícia. Em Óbidos
havia começado a “Vila Natal” e não fomos lá. Desta vez fomos. Continuavam as
filas, mas felizmente as mesmas dirigiam-se ao castelo onde se paga para ver as
atrações. Sobretudo para a infância, por isso, como já passámos a fase dos pais
que fazem as alegrias dos filhos, passámos ao lado e demos um giro pela vila. À
noite e de manhã.
Não sabia que a vila albergava também um festival literário,
daí algumas capelinhas, no sentido literal, estarem transformadas em livrarias.
A Câmara de Óbidos sabe seguramente rentabilizar as pedras . E são sempre
belas, caramba!
Pernoitámos na
ASA de Óbidos. Estava cheia e continua
com um funcionário que passa de manhã para proceder ao pagamento. Não estávamos,
mas pagámos na mesma: o senhor deixou um ticket
dentro de um saquinho plástico e nós, viajantes honestos, depositámos lá
dentro 6 € e pusemos na caixa do correio tal como nos foi solicitado.
Entre Óbidos e
Caldas da Rainha ficam as Gaeiras. Foi lá que, da primeira vez, assistimos à
inauguração de uma exposição de
presépios no Convento Novo. (As fotos tiradas nessa ocasião têm pouca
qualidade porque nos esquecemos da máquina fotográfica em casa.) Dezenas e
dezenas deles num espaço belíssimo recentemente renovado. Aconselho, com ou sem presépios.
Desta vez ,
apesar de termos máquina fotográfica, não bisámos e fomos na demanda da Casa
Azzurra, um espaço privado de turismo rural para autocaravanas.
Fica por Trás
do Outeiro, por acaso mais dentro de um pinhal que atrás do dito cujo, com as
coordenadas e a sinalética chega-se lá bem. (N 39º 23’ 33.59 E 9º 10’ 10.05).
Recentemente
comprada por um casal e filho alemão, a quinta é maravilhosa.
Dia 29 de
dezembro o tempo era primaveril (contrariamente ao final de entardecer do dia
seguinte), por isso, assim que vimos a relva, decidimos ficar mesmo sem rumor e
vestígios de civilização por perto. A povoação fica a menos de um quilómetro e,
até lá , para comprar o pão do dia, fizemos um bom passeio a pé. Na relva ,
cadeira ao sol, fizemos como os alemães quando vêm a Portugal.
E “agora” aqui
estamos ( Foz do Arelho) com um dilúvio a cair do céu frente às águas balançantes da lagoa… Felizmente ainda deu, no primeiro dia, para ver o presépio...
"Agora" bastou um passeio à vila para ficarmos molhados, sem direito a um passeio pela
areia nem pela praia como no início do mês.
Ah! E sem direito a um salto ao bar
da praia, o Ala Norte , onde tivemos uma singular aventura envolvendo
cadela, leis e livro de reclamação.
O "Ala Norte", onde não devem ir...
Passo a
explicar: lembram-se em junho quando refilei sobre a discriminação canina ? Pois
em dezembro, já alertados da nova lei, voltámos ao mesmo café, à mesma
esplanada e lá veio o funcionário (outro) dizer-nos que não eram permitidos
animais na esplanada. Pedimos na mesma um café e inquirimos qual a lei que os levava
a tal proibição. Um homem com ar carrancudo e mal vestido apontou para o
autocolante da montra. O empregado não nos serviu o café, ainda assim deixou-me
ir ao w.c.
Como não sabíamos
de cor a nova legislação, voltámos para casa para nos documentarmos. No dia
seguinte regressámos. A mesma situação , nova empregada , nós a invocarmos a
lei, a empregada a desculpar-se que cumpria ordens, o patrão, afinal o mal encarado
e mudo da véspera , apareceu. Lá puxei dos galões invocando a lei, ao que ele
respondeu que não queria saber da lei para nada , que quem mandava no
estabelecimento era ele e ele não queria cães na esplanada a incomodar quem
lia, etc e tal. No meio da conversa o pedido do café, Ah e tal não sirvo, Então
passe para cá o livro de reclamações, Ah e tal não dou e… tivemos de chamar e
esperar pela Polícia Marítima que lá o obrigou a dar-nos o Livro. Depois de
redigido o testamento, diz o lado de cá:
“E agora também já não quero o café”, do lado de lá respondeu o “mudo”, “ai, e
eu também não lho servia”, “veja lá se quer que peça novamente o livro de
reclamações”… A conversa ficou por ali,
o polícia confirmou depois que o homem era uma cavalgadura com os clientes e
até hoje ainda desconheço o seu desfecho. Amanhã não vou lá, para além de estar
a chover não quero chatear mais o pobre homem, mas divulgo aqui a história
completa para que outros como eu procurem outros espaços mais simpáticos.
Para além disso o ano vai acabar …
E acabou com frio, chuva, amigos
de sempre a visitarem-nos e a "churrascar connosco", outros a beberem copos , a jogar e a rir e amigos que só conhecíamos pela net finalmente a revelarem-se de corpo inteiro e em 3D.
O último jantar foi excelente,
com uma ementa excelente, muito melhor que a da imagem, em Foz do Arelho.
A passagem , ao contrário da
pacatez e sossego de Foz do Arelho foi na confusão (com direito a filas ) de S.
Martinho do Porto. Fomos lá de carro e voltámos para o poiso tranquilo de Foz
do Arelho enquanto centenas de autocaravanistas se empilhavam ao longo da
estrada de Salir a alimentar controvérsias pelo facebook devido ao modo como
estacionavam. Cada qual faz como quer e pode, é por isso que se vive numa
democracia e há liberdade de escolha.
O que não vinha a calhar era um
1º de janeiro ensopado e quase um dia inteiro a ver e ouvir a chuva cair. É certo
que um autocaravanista também aprecia dias como este, mas nós éramos cinco lá
dentro e na véspera nove !!! A "Beni" terminou o seu primeiro ano em grande. O
ano começou a chover, pode ser que seja sinónimo de abundância.
2 comentários:
Boa noite, dei especial atenção ao relato, reclamação, da não autorização do seu animal de estimação no exterior, sendo uma esplanada, e aplaudo a sua determinação. Penso que nestas situações deveriam valer a diferenciação do porte do animal, se é de grande porte, acho bem, se é de pequeno porte, pode perfeitamente ir ao colo, e não incomodar ninguém. Também já tive um problema idêntico, com a minha Daisy (caniche) ao colo, e mesmo assim fizeram-me o mesmo reparo, eu para não me incomodar, retirei-me, não sem antes manifestar o meu desagrado com a situação. Há pessoas que são bem mais incomodas que um canídeo, e ninguém as proíbe!ço
- Enfim!
Abraço
jbmendes
Pois é, às vezes temos de fazer valer os nossos direitos. Ainda por cima esta esplanada assenta na areia da praia, nem sequer tem chão de madeira ou outro. Fiquei a saber que há outras esplanadas em Foz do Arelho com escadas e alpendre de madeira e chão de madeira onde tal idiotice não se verifica. Mudei portanto de café :)
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