Estão a ver aquelas bolinhas de vidro que se agitam e a neve
dança por entre telhados e casinhas? Ou por entre um qualquer conteúdo dançante
dentro da bolinha?
Esta é a imagem que se associa à aldeia sobre a qual vos quero
falar. Porquê?
Em primeiro lugar, porque, erroneamente, a tradução não é “rossio”. Pensava eu que fosse,
pois tinha toda a lógica: um espaço amplo onde muita gente (e cavalos!) podiam
caminhar livremente, mas em espanhol o termo “rossio” não existe.
Em segundo lugar, só poderia não se traduzir e permanecer
“Rocío” o que, nas duas línguas, significa “orvalho”; no entanto, a sua
proximidade com o mar e a existência da sua luz intensa, própria da Andaluzia ,
não me transportaram para as gotas líquidas e frescas mais propícias a um
cenário de verde luxuriante.
Assim, resta a terceira possibilidade: a de um gota maior,
feita de vidro, até porque a aldeia – já devem ter percebido que me refiro a El
Rocío, na Andaluzia – parece parada no tempo, um tempo digno de um longínquo
faroeste, sem luzes nem semáforos quanto mais redes sociais…
Ainda havia uma outra possibilidade, que se relacionaria com
o seu ar místico, associado ao culto mariano que a carateriza, mas isso seria
outra história e já muito badalada…
A impressão espiritual de centenas de irmandades ( Pesquisei!
Só filiadas são 121 “hermandades”);
etc...
a impressão arquitetónica de estarmos no México ou a impressão física de vermos sair repentinamente de uma taberna um cowboy de pistola em punho, e montar-se num ápice num cavalo e partir a galope rua afora…
as ruas lá estão , de “albero”, a terra com que se cobrem as praças de touros, os cavalos também, são aliás o meio de transporte mais usado, ou por ali à solta, ou com seus cavaleiros ou puxando uma caleche de outros tempos.
etc...
a impressão arquitetónica de estarmos no México ou a impressão física de vermos sair repentinamente de uma taberna um cowboy de pistola em punho, e montar-se num ápice num cavalo e partir a galope rua afora…
as ruas lá estão , de “albero”, a terra com que se cobrem as praças de touros, os cavalos também, são aliás o meio de transporte mais usado, ou por ali à solta, ou com seus cavaleiros ou puxando uma caleche de outros tempos.
E os habitantes? Segundo o “Google” são mais de mil, mas não se
nota, especialmente à noite. Numa noite de semana santa deste ano de 2018, as
luzes interiores eram escassas, as ruas quase desertas, a iluminação pública quase
inexistente. Para quando as pessoas? Só lá para o domingo de Pentecostes, aí
será um banho de multidões, até lá a aldeia tem quase 360 dias para viver
fechada numa bola de vidro.
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