Londres foi a minha primeira grande
viagem.
Física, quero dizer, porque antes
de o ser já a havia visitado centenas de vezes, desde as aulas de Inglês no
secundário, às fotografias dos outros e às séries e filmes ingleses que sempre
devorei avidamente, a maioria das vezes para encher os olhos com as paisagens e
locais, costumes e aquele “accent”. E, desde a primeira viagem que continua a
estar no top1 afetivo, linguístico, paisagístico , “and so on”…
Qualquer época do ano serve
para a visitar, imaginemos por exemplo, novembro, mais precisamente em pleno
Halloween. Não é que seja fã da ocasião, nada mesmo, traz-me más recordações e
ventos menos auspiciosos, mas pronto, façamos uma exceção em Londres.
Aquela magia de se entrar num
dos seus bairros mais emblemáticos, Hampstead, e depararmo-nos com decorações
como manda a etiqueta, abóboras a rigor, bruxas em locais inesperados, monstros
e fantasmas espreitando dos muros aristocráticos…
É a Hampstead que me refiro, aquele
bairro que é uma aldeia dentro da grande cidade, onde ricos e famosos residem,
onde escritores (Charles Dickens e Keats)
e pintores ( John Constable) se inspiraram, onde se filmou o filme com o mesmo
nome baseado numa história real ocorrida num dos parques da zona, o apetecível e
magnífico Hampstead Heath, do qual já falei apaixonadamente em outra ocasiãoespecial.
Não tive a sorte de encontrar
o simpático sem-abrigo, nem a Diane Keaton a fingir de inglesa, ou o Sting a
cantar, mas a porta da mansão Burgh House, outrora casa da rainha Ana abriu-se-me
de par em par. Hoje é um museu, de entrada gratuita, onde se pode admirar a
arquitetura georgiana, celebrar eventos ou admirar exposições. Um chá das cinco
também é possível…
Outro bairro, vila ou aldeia,
como lhe quiserem chamar, um pouco mais afastado do centro, já fora das zonas 1
e 2, é o elegante Richmond. Vai-se de comboio e lá chegados ei-nos noutra “aldeia”. O centro bem à inglesa com as suas lojinhas e
passeios pedestres simpáticos, o parque Richmond Green e ruas envolventes, onde
as cores outonais deleitam a vista.
A atração mais popular é uma
ida às esplanadas à beira rio, o Thames pois claro, sentar nas típicas cadeiras
de madeira ( no verão usa-se e abusa-se
do relvado verde) e depois do relax
merecido, um passeio pelo grande parque . O nosso foi curto porque o parque é
gigante, havendo até uma zona com vida animal, convivendo-se com veados saltitantes.
Para o lado oposto fica o jardim botânico, Kew Gardens, mas isso é pretexto para nova viagem, de preferência na primavera. Até lá vai-se sonhando…
Ainda no capítulo do
Halloween, há mercados a visitar. No Columbia Road Market festejava-se o dia
dos mortos ao modo mexicano, com Milagros, oferendas votivas aos mortos, feitas
de metal e papel.
Frida Kahlo era presença constante, apesar de o mural a ela dedicado se encontrar num outro mercado, o de Broadway. Neste, a especialidade é comida e velharias, e é um passo incontornável para quem adora mercados. E é incontornável porque quem vai a Londres não sabe o que perde se lá não for.
Camden é outro a não perder, o
ambiente é sui generis (não me canso
de o adorar e desta vez realço a loja portuguesa, Ferreira’s, para quem não esquece as saudades de comida
caseira)!
Camden
Na loja dos Ferreiras
Outro ainda é o de Notting
Hill, em Portobello Road, apesar desta vez me ter dedicado mais às ruas
envolventes com as suas enormes e elegantes fachadas e me ter deliciado com um edifício em
particular, o Tabernacle, uma antiga igreja transformada em espaço musical,
onde, amem!, os Pink Floyd chegaram a atuar!!!
All saint´s Church
The Tabernacle
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