Dia 5
30 julho
A Alsácia é uma pequena fatia no mapa de
França, colada à fronteira alemã, possuindo tanto de um país como de outro,
sendo no entanto uma região única. Foi povoada ao longo dos séculos por
germânicos, Luís XIV anexou-a à França, passou para as mãos alemãs aquando da
Alemanha Nazi e voltou a ser francesa depois da 2ª Guerra Mundial. A influência
germânica é notória no nome das suas vilas e cidades, também a arquitetura é
uma mistura curiosa das duas nações; a singularidade e personalidade da Alsácia
são porém únicas, tornando-a numa região sem par no extenso mapa francês.
A sua singularidade nasce ainda
da sua paisagem: os vales e extensas
vinhas (não se esqueçam de provar um Riesling), campos verdes a perder de vista; a sua gastronomia, (juntem ao vinho a famosa tarte flambée), o vinho (o tal, por exemplo) e a cerveja (qualquer uma); a
sua arquitetura espelhada nos magníficos castelos e ,obviamente, nas aldeias
típicas com o seu desenho e pormenores de madeira (as colombages) .
A ela finalmente chegámos, sendo que
muitos dos sítios visitados não seriam novidade, em 2006
já lá havíamos estado, revisitar a Alsácia era ponto assente desde a primeira vez.
Iniciámos pela pequena e invulgar
Eguisheim. Digo invulgar porque a sua forma é elíptica em torno de uma praça
central e com uma dupla fortificação . Entre as duas muralhas foram edificadas
as dependências agrícolas, prédios anexos que constituem uma nova rua,
periférica, chamada “Allmend”. Iniciámos a rota aqui:
Mesmo sem nos darmos conta
fazemos a ronda, para chegar ao mesmo ponto: aqui.
Outro atrativo da vila é a paleta
cromática das suas casas, apesar desta ser uma nota das últimas décadas: cores alegres
, vivas, sempre diferentes.
A estrutura de madeira é outro
ponto atraente que torna as colombages
medievais únicas e especiais.
Olhando com atenção as fachadas
descobrem-se ainda brasões da família e epígrafes, sobretudo na estrutura de
madeira. Indicam muitas vezes a data de construção das casas e as iniciais de quem ali vivia. (IHS significa Jesus Hominum Salvador, uma espécie de pedido de proteção àquela casa).
Na praça central (Place du Chateau), o Castelo. Supõe-se
que na época romana existia já uma construção defensiva sobre um montículo de
terra. No séc. VIII, nesse mesmo local, existiu uma residência, pertencente a
um rico proprietário chamado “Egino” que provavelmente deu o nome à vila. Mais
tarde, no séc. XIX, ergueu-se no centro da praça uma capela dedicada a Bruno de
Eguisheim, posteriormente nomeado Papa Leão IX. Uma fonte com a sua estátua
imortaliza-o na mesma praça.
Capela, muralha e fonte (com Papa)
interior da capela
Dizer que a vila apresenta algo
de menos bonito é difícil, a calçada, as ruelas, as casas , as flores...
...o artesanato local,
o cheirinho a tarte flambée,o bretzel, o som de castanholas das
cegonhas… ainda não tinha falado das cegonhas? Outro ex-libris da Alsácia, a cegonha branca, com o seu longo bico vermelho,
a sua altura considerável, voando pelos céus das vilas e cidades, morando nos
telhados de casas e igrejas… e ainda nos pequenos pormenores.
Para dormir, o parque de estacionamento
gratuito, antigo campo de basquetebol, na zona desportiva ( N 48º 2´36.96 E 7º 18´46.296 ), obviamente sem luz nem água, mas sossegado
e perto do centro. É bom estar na Alsácia!
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