Dia 6 ( praia Downhill - Mussenden Temple – Dunluce Castle –
calçada dos Gigantes – estrada Dark Edges – Belfast).
Seria o dia de percorrer alguns quilómetros na Causeway
Coastal Route e deslumbrar os sentidos com paisagens de cortar a respiração.
Basicamente, descidas vertiginosas de alcatifas verdes a cair até ao mar, de tons
diferentes de azul, entrecortadas por misteriosos castelos em ruínas, estranhos
templos de outrora, lugares místicos onde apetece estar. Por alguma razão a
série Guerra dos tronos elegeu parte destas paisagens como cenário
sobrenatural para alguns dos seus episódios e nós fomos à procura de uns, sendo
que outros vieram ter connosco.
Downhill Beach
O primeiro de todos, a praia de Downhill, a qual, como o nome
indica, fica abaixo de um monte no qual se ergue o estranho Mussenden Temple.
Mussenden Temple
É costume fazerem-se ao longo do areal corridas de cavalos (e
de facto estava lá um), mas o mais fascinante é a sensação de pequenez que nos
acomete face à força do penhasco onde o templo assenta. Bizarro é ainda o seu historial,
nascido de uma longa história de amor que fez com que um bispo mandasse erguer
uma pequena rotunda com cúpula mesmo à beirinha do promontório varrido pelos
ventos, como um memorial dedicado à sua prima. É caso para dizer “quanto mais
prima, mais se lhe arrima”…
Mais uma vez, chegámos em “dia de festa”, o que não nos permitiu ver a
sala/biblioteca redonda mas, por outro lado, poupou-nos o preço da visita,
dando-nos direito a percorrer os campos verdes até à beira do promontório, a
olhar de cima a praia anteriormente pisada e a ver de perto as ruínas do antigo
castelo do bispo, Downhill Castle.
Downhill beach vista de Mussenden Temple
Downhill Castle
Downhill beach vista de Mussenden Temple
Downhill Castle
Continuando pela Causeway, os olhos extasiaram perante outra
estranha construção, o Castelo de Dunluce, com a sua aparência assombrada, mais
um cenário inspirador para soturnas personagens, como a família Greyjoy.
Mais à frente, novo cenário invulgar, o qual, segundo a
tradição, seria um caminho construído sobre o mar, pelo gigante Finn MacCool
para a sua amada, que vivia numa ilha da Escócia.
Versão menos poética adianta que os gigantescos penhascos
formados por colunas hexagonais se devem a várias erupções vulcânicas ocorridas
há mais de 61 milhões de anos atrás.
Hoje em dia o fenómeno batizado de Giant’s Causeway (Calçada
do Gigante) atrai milhares de turistas, pelo que foi difícil fotografar (e
pisar) o caminho das pedras, sem nos depararmos com centenas de pés…
Mesmo com as dicas do nosso colega e conterrâneo Luís Seco,
no seu site de viagens, Fotoviajar, também não conseguimos evitar o
pagamento para estacionar, pois a pista do hotel já não era válida. Fugimos ao
estacionamento nos parques pagos para o efeito, 12.50£ por pessoa, para
estacionarmos no parque da pequena estação ferroviária, onde, aí sim, pagámos
8£ por estacionamento do veículo.
Tivemos o descanso merecido com um almoço de saladas num
pequeno bar entre a Calçada e a atração seguinte, Carrick-a-rede Rope Bridge. Aqui
o estacionamento é grátis e calhou-nos a parte inferior, a qual tinha sido
cenário para mais um momento de a Guerra dos tronos.
parque de estacionamento - viagem à Irlanda
parque de estacionamento - cenário de Game of Thrones
O caminho até à tão procurada ponte faz-se pelo meio dos
campos onde a terra termina num penhasco, ligado a uma pequena ilha por uma
ponte suspensa a baloiçar, com 20 metros de comprimento, que se ergue a 25 m. acima
do nível do mar. Para a percorrer pagam-se 9 £ (o bilhete compra-se à entrada
do parque de estacionamento, por isso, se chegar à ponte e não tiver coragem…
demasiado tarde!).
A ponte é (ou era) retirada no inverno e está lá por arte e
engenho de pescadores que a colocavam para ter acesso à pequena ilha, onde
desciam ao mar (está lá a cabana e o barco) para pescar salmão.
Para matar a curiosidade do lema referente a Guerra dos
tronos, tínhamos de seguir o caminho até à misteriosa estrada Dark Edges,
local onde os braços das árvores formam um túnel misterioso. Para-se um pouco
antes, para que se possa percorrer a pé, até porque o trânsito automóvel é
proibido.
É claro que estaria repleta de turistas… o primeiro disparo
da objetiva conseguiu a longa avenida e o túnel de ramos, no segundo já havia
cabeças, no terceiro troncos e dezenas de corpos andantes. Seriam “caminhantes
brancos”?
À noite, aproveitámos o facto de termos carro para dar uma
espreitadela a um dos ícones da cidade, o Titanic Museum, uma estrutura de
aparência naval, erguida no local dos estaleiros onde foi construído o lendário
navio.
Titanic Museum
Tempo para percorrer a pé alguns locais, e encontrar as famosas “Entries”,
ruelas estreitas onde ficam os pubs; Albert Memorial Clock Tower, uma
versão miniatura do Big Ben, em Londres; o Big Fish, escultura icónica da cidade e muitos murais artísticos.
O dia seguinte seria o momento de vermos outro tipo de murais, penetrando na versão política de Belfast, uma lição que nos tocaria fortemente.
The Big Fish ou The Salmon of Knowledge
O dia seguinte seria o momento de vermos outro tipo de murais, penetrando na versão política de Belfast, uma lição que nos tocaria fortemente.
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